Entregador do Ifood e TI passa em processo seletivo mas é descartado por não ter computador adequado

Atualizado em 10 de agosto de 2020 às 12:04
O desenvolvedor Vitor Eleotério

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POR VITOR ELEOTÉRIO

Sou entregador do iFood e estudei programação na Resilia Educação. Há 2 meses iniciei um processo seletivo e meu desafio era desenvolver um app em Flutter, tecnologia que nunca programei antes.

Somado a esse desafio, eu enfrentei as mais diversas dificuldades: meu celular estava com a tela quebrada, meu PC era lento e levava 50 minutos para abrir o emulador.

Não foi isso o que me parou: aprendi a linguagem em menos de 10 dias, tentei resolver o problema espelhando meu celular no PC, mas não tinha cabo USB e nem dinheiro para comprar, pedi emprestado para uma amiga. O programa ainda não rodava. Tive a ideia de usar o teste grátis do Microsoft Azure para simular a aplicação na nuvem.

Achei que não daria, mas entreguei o projeto. Recebi elogios dos gestores da empresa e foi um sentimento de “mensagem transmitida com sucesso”, mas o feedback final me surpreendeu:

“Infelizmente, tu não foi escolhido dessa vez. O que pegou mais foi tu não ter uma infra necessária para tocar nosso projeto, tu não tem um computador e teu celular ‘acabou’ recentemente”

PARA TER UM EQUIPAMENTO MELHOR É PRECISO TER DINHEIRO, COMO TER DINHEIRO SEM OPORTUNIDADE?

Fica aqui uma reflexão para os gestores buscarem entender o esforço de cada candidato e não apenas o resultado final.