
O deputado Delegado Caveira (PL-PA) exibiu uma bandeira do presidente Estados Unidos, Donald Trump, durante uma coletiva de imprensa com parlamentares bolsonaristas na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (22). Logo em seguida, ele foi orientado por colegas a escondê-la para não evidenciar o entreguismo da extrema-direita. O vexame ocorreu durante protesto contra o cancelamento de sessões de comissões durante o recesso parlamentar.
A bandeira apareceu no momento em que o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmava se sentir “amordaçado” e classificava o cancelamento das sessões como “ilegal”.
A transmissão ao vivo pelo YouTube foi interrompida antes desse momento. Questionado sobre a decisão de recolher a bandeira, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que coordenava a coletiva, justificou: “[Pedimos para retirar] porque não é o foco aqui hoje”.
O evento ocorreu após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibir a realização de reuniões de comissões durante o recesso parlamentar, que vai até 31 de julho. A decisão frustrou os planos da oposição de aprovar moções de apoio a Jair Bolsonaro (PL), que chegou a ser esperado no local mas não compareceu.
O deputado Lindbergh Farias, líder da bancada do PT na Câmara, classificou os parlamentares como “traidores”. “Enquanto o país luta contra o tarifaço e defende sua soberania, eles prestam continência a um grupo externo. Isso tem nome: traição”, escreveu no X.
TRAIDORES
Hoje, em plena Câmara dos Deputados, Casa do Povo Brasileiro, parlamentares da extrema-direita hastearam uma bandeira de Trump, símbolo de uma potência estrangeira que quer impor sanções ao Brasil.
Enquanto o país luta contra o tarifaço e defende sua soberania, eles… pic.twitter.com/FLKi2pBS75
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) July 22, 2025
A exposição da bandeira de Trump não foi a única controvérsia entre os parlamentares. Enquanto alguns deputados exibiram uma placa com o nome de Bolsonaro, outros demonstraram preocupação com a medida. O deputado General Pazuello (PL-RJ) alertou: “Não coloca placa do Bolsonaro, ele já está exposto demais. A placa pode indicar que ele está aqui e ele não vem”.
Durante a coletiva, os deputados criticaram o que chamaram de “censura” e anunciaram planos de mobilização. “Apesar de o Congresso estar no chamado recesso branco, nós não teremos recesso. Nós voltaremos às nossas bases e falaremos como a militância para mobilizar o povo para se manifestar nas ruas”, afirmou o deputado Filipe Barros (PL-PR).