Epidemiologista de Harvard aponta risco e incidência de covid entre crianças e adolescentes no Brasil

Atualizado em 21 de abril de 2021 às 13:57
O epidemiologista Eric Feigl-Ding. Foto: Reprodução/Twitter

O epidemiologista Eric Feigl Ding usou seu Twitter para apresentar dados sobre a Covid-19 entre os jovens e crianças no Brasil:

Crianças brasileiras – e até mesmo bebês – estão morrendo de covid-19. Comparando o excesso de mortes pelo vírus ARS não especificado durante a pandemia, foram registradas 10 vezes mais mortes do que nos anos anteriores e estima-se que o SARSCoV2 de fato matou 2.060 crianças menores de 9 anos de idade, incluindo 1.302 bebês.

Muitas crianças desenvolvem uma doença chamada síndrome inflamatória multissistêmica (SIM). Esta é uma resposta imunológica extrema ao vírus, que pode causar inflamação de órgãos vitais.

Especialistas dizem que a síndrome, que afeta crianças em até seis semanas após a infecção pelo coronavírus, é rara, mas a líder epidemiologista Dra. Fátima Marinho, da Universidade de São Paulo, afirma que, durante a pandemia, está vendo mais casos de SIM do que antes.

Esta história é chocante. Eu só rezo para que tenhamos sedativos de intubação para essas crianças no Brasil durante a nova onda de covid-19.

Um médico se recusou a testar o filho de um ano de Jessika Ricarte para Covid, dizendo que seus sintomas não combinavam com o perfil do vírus. Dois meses depois, ele morreu de complicações da doença.

A pediatra que atendeu Lucas por mais de um mês na UTI de Sobral disse que ficou surpresa com a gravidade do estado de Lucas, pois ele não apresentava nenhum fator de risco. A maioria das crianças afetadas por Covid tem comorbidades.

Mas esse não foi o caso com Lucas.

Ela tem certeza de que se Lucas tivesse feito um teste da Covid quando ela o solicitou no início de maio, ele teria sobrevivido.

“É importante que os médicos, mesmo que acreditem que não seja a Covid, façam o teste. Um bebê não diz o que está sentindo, por isso dependemos dos testes”.

 “Jessika acredita que a demora no tratamento adequado agravou o quadro dele”. “Lucas tinha várias inflamações, 70% do pulmão estava comprometido, o coração aumentou 40%. Era uma situação que poderia ter sido evitada.”

O Dr. Monte, que tratou de Lucas, concorda. Ela diz que embora a MIS não possa ser evitada, o tratamento tem muito mais sucesso se a doença for diagnosticada e tratada precocemente.

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