Escola estadual em SP registra casos de apologia ao nazismo e agressões

Atualizado em 1 de setembro de 2025 às 12:09
Desenhos de suástica são encontrados em carteiras de escola em São Paulo. Foto: Reprodução

A Escola Estadual Godofredo Furtado, no Jardim Paulista, zona oeste de São Paulo, enfrenta uma grave crise de segurança. Relatos de apologia ao nazismo, ameaças entre colegas e até a presença de armas de brinquedo dentro das dependências da unidade escolar levantaram preocupação de professores, pais e alunos. Familiares denunciam a falta de respostas da direção e a insegurança no ambiente escolar, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Cartas enviadas por docentes à coordenação do colégio descrevem episódios violentos. Em um dos documentos, de maio, professores afirmam que dois alunos do 9º ano fizeram referências explícitas a Adolf Hitler durante atividades, desenharam suásticas em carteiras e chegaram a realizar saudações nazistas.

“Os casos representam uma ameaça direta à integridade da comunidade escolar como um todo”, alertaram os educadores.

A Secretaria da Educação de São Paulo informou que registrou o caso na plataforma Conviva SP, que integra o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar. Também acionou o Conselho Tutelar, chamou os pais e registrou boletim de ocorrência.

“Como medida pedagógica, a escola desenvolve um projeto educativo voltado à reflexão sobre regimes autoritários e suas consequências, com a participação de toda a comunidade escolar”, disse a pasta.

Escola Estadual Godofredo Furtado, localizada em Pinheiros, zona oeste de São Paulo
A Escola Estadual Godofredo Furtado, localizada no Jardim Paulista, zona oeste de São Paulo. Foto: Reprodução

Outro documento, de agosto, revelou que alunos do 8º e 9º anos levaram um simulacro de arma de fogo para a escola, tiraram fotos no banheiro e ameaçaram colegas e professores. A Secretaria da Educação informou que a Ronda Escolar da Polícia Militar foi acionada e apreendeu o objeto.

A ocorrência foi registrada no 14º DP e o Conselho Tutelar também foi comunicado. O estudante responsável pelo simulacro foi transferido de unidade a pedido da família.

Pais de alunos afirmam que as ameaças continuam. Um responsável contou que o filho foi agredido no pátio durante o recreio e se ausentou das aulas por medo. Ele diz que a coordenação apenas informou que “nada poderia ser feito além de monitorar os jovens”. O caso segue sob acompanhamento do Ministério Público e da Polícia Civil.