
Jair Bolsonaro (PL) admite a aliados que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não será mais candidato ao Senado por São Paulo. Irritado com pré-candidaturas lançadas sem seu aval, o ex-presidente afirmou em conversas reservadas que a escolha do substituto caberá exclusivamente a ele. “Essa escolha é minha”, disse Bolsonaro, segundo interlocutores.
O movimento gerou tensão entre aliados. Já se colocaram como interessados na vaga nomes como o deputado pastor Marco Feliciano (PL-SP), o ex-secretário da Cultura Mário Frias (PL-SP), o presidente da Assembleia Legislativa de SP, André do Prado (PL-SP), e o ex-ministro Ricardo Salles (Novo-SP), que tem dificuldades por não estar filiado ao PL.
Segundo interlocutores, as falas de Bolsonaro indicam dois caminhos: ou Eduardo permanece nos EUA e se afasta da política, ou volta ao Brasil com projetos mais ambiciosos, como disputar a Presidência ou integrar uma chapa como vice em 2026.

A indefinição tem provocado incômodo no campo da direita. Em encontro com empresários, o líder do PP na Câmara, deputado Dr. Luizinho, declarou que Bolsonaro “está atrapalhando a direita” ao não apontar quem terá seu apoio na corrida presidencial de 2026.
A escolha do nome que irá ao Senado também influenciará na formação da chapa presidencial da direita. Nos bastidores, aliados já indicam que o vice ideal — seja qual for o cabeça de chapa — virá da própria família Bolsonaro, sinalizando um projeto familiar de poder.
A demora em oficializar decisões eleitorais aumenta a pressão sobre o ex-presidente. Enquanto aliados disputam espaço e apoio, Bolsonaro tenta manter o controle do processo, deixando claro que, mesmo fora do cargo, ainda dita os rumos da direita brasileira.