Escolhas de Lula provocam crise na relação do governo com membros-chave do STF

Atualizado em 8 de julho de 2025 às 20:13
O presidente Lula com Kássio Nunes e Gilmar Mendes, em dezembro de 2022. Foto: Mônica Bergamo/FSP

A recente indicação feita por Lula ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com apoio do ministro Kassio Nunes Marques, gerou forte incômodo entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e expôs supostas falhas na articulação política do governo com o Judiciário. Com informações da Folha de S.Paulo.

O escolhido, juiz Carlos Pires Brandão, foi apontado como nome próximo ao bolsonarismo — o que desagradou integrantes da corte como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

As críticas, no entanto, não se limitam à escolha em si. Segundo relatos, cresce no STF a percepção de que falta interlocução de alto nível entre o Planalto e o Supremo.

Carlos Pires Brandão, o magistrado escolhido por Lula para ocupar uma cadeira no STJ. Reprodução UFPI

A tensão se intensificou em meio ao julgamento sobre o aumento das alíquotas do IOF, tema que também causou atrito entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

O mal-estar se estende à disputa por vagas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As listas encaminhadas ao presidente envolvem nomes ligados a ministros da corte, e qualquer decisão poderá acirrar o desconforto.

Nos bastidores, o Planalto já avalia recorrer a figuras como Geraldo Alckmin e Ricardo Lewandowski para restabelecer o canal de diálogo com o STF e conter a crise institucional.