
O governo de Israel ordenou que as companhias aéreas não transportem cidadãos israelenses para fora do país, mesmo após o início dos voos de resgate destinados a trazer de volta quem está no exterior, diz o jornal Haaretz.
A decisão visa, oficialmente, evitar aglomerações no Aeroporto Ben Gurion, diante do risco de novos ataques do Irã. Estima-se que entre 100 mil e 200 mil israelenses estejam fora do país e precisem retornar.
Há uma preocupação de que essas pessoas estejam sendo usadas como “escudos humanos”, acusação que Israel faz contra os palestinos e o Hamas na Faixa de Gaza.
Segundo o plano inicial, apenas dois voos por hora serão permitidos, o que limitaria o retorno diário a cerca de 5 mil pessoas, caso as operações ocorram apenas durante o dia — como indicam os riscos atuais de bombardeios noturnos. A companhia aérea El Al já cancelou todos os voos até quinta-feira (19), conforme determinação das autoridades de segurança e aviação.
O CEO da Arkia, Oz Berlowitz, criticou o plano emergencial e afirmou que ele não corresponde à gravidade da crise. Segundo ele, as empresas aéreas israelenses estão prontas para operar uma ponte aérea imediata, com aeronaves e tripulações em países vizinhos, mas esbarram na falta de autorização oficial.
הממשלה הורתה לחברות התעופה שלא להוציא ישראלים לחו”ל גם כשיתחילו טיסות חילוץ https://t.co/KTKVaS85ma
— Haaretz הארץ (@Haaretz) June 15, 2025
“Crianças pequenas sem os pais, pacientes esperando tratamento e famílias sem dinheiro para continuar hospedadas estão em risco. A crise é nacional e precisa de uma resposta à altura”, disse.
A Israir também aguarda liberação para começar a operação de resgate. Segundo o CEO Uri Sirkis, a expectativa é que os voos comecem no fim de semana ou no início da próxima semana, dependendo da evolução do conflito. Ele afirmou que apenas cidadãos israelenses poderão embarcar nesses voos, enquanto a saída de turistas e estrangeiros do país continua bloqueada.
Yossi Fattal, diretor da associação de organizadores de turismo receptivo em Israel, solicitou ao governo que permita a saída de turistas. Ele estima que 35 mil estrangeiros estão atualmente em Israel e metade deles deseja sair imediatamente. Fattal argumenta que liberar esses voos é necessário por razões humanitárias e para preservar a imagem internacional do país.