
A Polícia Federal (PF) afirmou que o prefeito afastado de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), tentou lucrar com a operação que o investiga por liderar um esquema criminoso. Segundo o relatório, o “tiktoker bolsonarista” transformou as diligências policiais em conteúdo para redes sociais com objetivo de monetização.
De acordo com a PF, Manga publicou diversos vídeos após ser alvo da operação em abril, em ações classificadas pelos investigadores como “bizarro espetáculo de deboche e desdém”.
Em um dos conteúdos, gravado logo após policiais deixarem sua casa, ele ironiza a ação: “Mandaram a Polícia Federal aqui em casa (…) e acharam algumas coisas aqui: bolo de cenoura, Nutella e o Pokemón que meu filho tanto ama”, disse o prefeito.
🚨URGENTE – Rodrigo Manga, prefeito de Sorocaba, vai para cima de Lula, após operação da PF em sua casa, que começou a investigá-lo em 2022
“Acharam algumas coisas aqui em casa: bolo de cenoura, nutella e o Pokémon que meu filho tanto ama.” pic.twitter.com/6ymh4RDPFm
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) April 10, 2025
A análise do celular de Manga revelou conversas constantes com a primeira-dama, Sirlange Maganhato, sobre monetização. Em mensagens, ela orientou o prefeito a produzir vídeos mais longos no TikTok, porque a plataforma só pagaria por conteúdos acima de um minuto.
No relatório, os investigadores afirmam que o prefeito “zomba, audaciosa e desavergonhadamente, dos órgãos responsáveis pela persecução penal” e que a narrativa de perseguição política serve para gerar engajamento e, portanto, remuneração.
“Quanto mais apelativos os vídeos publicados, mais visualizações são geradas, mais engajamento. (…) Nada mais apelativo do que insinuar estar sendo vítima de perseguição política”, diz um trecho do relatório da PF.
Afastamento e acusações de corrupção
Manga está afastado do cargo desde 6 de novembro por decisão judicial. Ele foi alvo da segunda fase da Operação Cópia e Cola, que apura irregularidades em contratos da saúde pública em Sorocaba.
A PF aponta que o prefeito é o líder de um grupo criminoso e o principal beneficiário do esquema. O relatório que motivou seu afastamento afirma que retirar Manga da função é “de suma importância” para interromper as práticas delitivas na administração municipal.