
A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação para determinar se a “Abin paralela”, que operava durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), monitorou o andamento das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
Há indícios de que membros dessa estrutura imprimiram documentos relacionados ao caso entre os anos de 2019 e 2021, conforme informações do jornal O Globo.
De acordo com registros analisados pela PF e recuperados pela Controladoria-Geral da União (CGU), o policial federal Marcelo Bormevet, nomeado na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), imprimiu um relatório sobre o delegado Daniel Rosa, que na época estava à frente das investigações do assassinato de Marielle, em setembro de 2020.
O delegado foi afastado do caso no mesmo mês, por determinação do então secretário da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski.
Em junho de 2021, outro policial federal cedido à Abin, Felipe Arlotta, imprimiu um documento relacionado à federalização do caso Marielle.
Esse episódio está ligado ao pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em setembro de 2019, para que as investigações fossem conduzidas pela PF e Ministério Público Federal (MPF), pedido que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em maio de 2020.