
Tiaraju Pablo D’Andrea, coordenador do CEP (Centro de Estudos Periféricos), afirma que a esquerda não deve ser reduzida à “classe média intelectualizada” de São Paulo. Em entrevista ao UOL, o sociólogo também criticou a abordagem das campanhas eleitorais em relação às propostas voltadas às regiões periféricas.
A esquerda morreu?
”O que chamamos de esquerda é uma parte da população que acredita em justiça social. Tem muita gente nas periferias que é de esquerda porque cotidianamente luta para que o mundo seja dessa maneira.
A esquerda não é só um setor da classe média intelectualizada, que está na universidade, que mora em Perdizes, Santa Cecília, Alto de Pinheiros. Tem uma outra parte que é o movimento popular de moradia, o coletivo cultural, o movimento de saúde, as lutas por educação, os sindicalistas, os trabalhadores sindicalizados.
Quando fazemos análise reduzida de que a esquerda é algo exterior à periferia, caímos no erro de dizer que a esquerda morreu. Não é verdade que ela não tenha nada a dizer para as periferias. Talvez quem não tenha a dizer nada é uma classe média intelectualizada cujas proposições se esgotaram”.(…)
Campanhas não falaram com as periferias
”A condição de vida das periferias não melhorou. Não há política ambiental de plantação de árvores e reflorestamento nas periferias. Percebemos que a educação piorou. O transporte público está mais precário. Só a esquerda tem algo a dizer à periferia. A direita não tem.
As últimas duas gestões do governo municipal foram de centro-direita: João Doria, Bruno Covas/Ricardo Nunes, que não melhoraram a condição de vida da população das periferias.

Se Nunes ganhar, possivelmente, vamos caminhar para a privatização da educação, para ideias conservadoras no âmbito dos costumes e, ao mesmo tempo, para um ultraliberalismo no campo econômico, com aumento da desigualdade social”.(…)
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