“Essas crianças têm índole violenta”: o ataque da PM a uma escola

Atualizado em 10 de novembro de 2014 às 15:27

PM Ribeirão

 

A polícia prendeu com incrível agilidade o jovem Caio Silva de Souza, suspeito de ter acendido o rojão que matou Santiago. Em apenas cinco dias, Caio foi encontrado numa pousada na Bahia, onde estava escondido. Antes deles, a prisão de Fabio Raposo, que teria agido em conluio com Caio, também foi em tempo recorde.

Ninguém precisa ser muito esperto para saber que essa rapidez toda se deveu ao fato de Santiago ser cinegrafista da TV Bandeirantes e à pressão advinda disso. De qualquer maneira, a parte que lhe cabe a polícia, aparentemente, resolveu.

Mas é uma exceção gritante. Afinal, a polícia funciona quando quer? Existe inteligência ali?

O jornal “A Cidade”, de Ribeirão Preto, publicou uma matéria (e uma seqüência de fotos espetacular) que dá mais algumas amostras do grau de selvageria, despreparo e descontrole da corporação.

Adolescentes entre 12 e 17 anos foram agredidos e ameaçados depois de uma confusão em uma escola na pequena cidade de São Simão. O estopim foi o roubo de um cartão de memória de um aluno. Houve quebra-quebra e depredação. Seguiu-se um “protesto”. A PM foi chamada.

De acordo com a publicação, um menino de 12 anos foi levado pelo braço. Garotos e garotas foram algemados e forçados a se ajoelhar no chão. Três meninas foram jogadas na viatura depois de ser capturadas pelos cabelos e apanhar.

O confronto no colégio representa, de certa forma, um microcosmo do que vem acontecendo nas manifestações. Se a PM não consegue conter um grupo de crianças, como vai lidar com milhares de adultos?

Um certo capitão Maurício Tavares explicou o seguinte: “Essas crianças têm índole violenta. É preciso cuidado. As pessoas podem se machucar gravemente”.

As pessoas têm se machucado gravemente. É preciso cuidado, sem dúvida.

 

PM Ribeirão2

 

PM Ribeirão 3