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1.938 estupros em abuso das netas: ex-dirigente do PL em SP é condenado a 40 anos de prisão

José Renato da Silva falando em microfone e gesticulando
José Renato da Silva, ex-presidente da Câmara de Suzano (Grande São Paulo) e ex-vice-presidente do Partido Liberal (PL) em São Paulo – Reprodução/Facebook

José Renato da Silva, ex-presidente da Câmara de Suzano (Grande São Paulo) e ex-vice-presidente do Partido Liberal (PL) em São Paulo foi condenado a 40 anos de prisão em regime inicial fechado por abusar sexualmente de duas netas. Ele poderá recorrer em liberdade.

De acordo com a acusação, ele abusou primeiro da filha, quando ela tinha seis anos, e depois das netas, a partir do momento em que completaram essa mesma idade. Segundo o Ministério Público de São Paulo, a rotina de abuso das meninas durou quase 10 anos, de 2012 a 2021. As meninas relataram que tudo era tratado como uma “brincadeira” que deveria ser mantida entre avô e netas, mas envolvia toques nas partes íntimas, pedidos de carinho na região genital e penetração.

A família tomou conhecimento dos abusos por meio da escola. A mãe das meninas, que também afirmou que foi vítima de Silva, alegou em depoimento que suas memórias da infância foram bloqueadas e pensava que o pai havia abusado apenas delas. “O conjunto probatório constante dos autos, colhido sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, não deixa dúvida a respeito da materialidade dos crimes e da sua autoria pelo réu”, pontua trecho da sentença.

O ex-vice-presidente do PL em São Paulo admitiu parte dos crimes, reconhecendo “excessos” com uma das netas e dizendo que procurou acompanhamento psicológico. Em uma troca de e-mails com a filha, Silva também assumiu que “num momento insano fiz coisas que jamais sairá de nossa memória (sic)”.

O juiz José Eugenio Do Amaral Souza Neto, do Anexo de Violência Doméstica e Familiar de Suzano, concluiu que Silva cometeu 3.734 crimes, em um cálculo que considera o intervalo de tempo dos abusos e a média de encontros do avô com as netas no período.

“Como os crimes contra cada uma das vítimas são de mesma espécie, praticados sequencialmente, de formas similares, em lugares similares, entende-se que há continuidade delitiva entre eles”, afirmou a autoridade ao sentenciá-lo por estupro de vulnerável. A sentença tem referência somente aos abusos das netas.

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