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1. Campanha eleitoral começa com insultos na Venezuela

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DW

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venezuelaA primeira campanha eleitoral pós-Hugo Chávez foi iniciada oficialmente nesta terça-feira na Venezuela, e espera-se que os 12 dias que antecederão a votação nacional sejam marcados por hostilidades entre Nicolas Maduro, candidato do chavismo e favorito na corrida, e o opositor Henrique Capriles.

Herdeiro político de Chávez e presidente interino, Maduro leva consigo a missão de manter em andamento a “revolução socialista” proclamada por seu antecessor. “Não sou Chávez, sou o filho de Chávez”, vem repetindo ele. “Confio que a população irá às urnas para votar em mim, porque somos como uma família que perdeu o pai.”

Dar continuidade ao legado de Chávez, afirma o presidente interino, é “responsabilidade de todos”. E para convencer os venezuelanos disso, sua campanha vem sendo marcada, mesmo antes da abertura oficial, pelo uso incansável da imagem de Chávez.

“Peço a Deus e ao nosso comandante Hugo Chávez, onde quer que esteja, que me acompanhe, me abençoe, me ilumine e não me deixe só nessa luta dura, difícil”, disse recentemente.

Já Capriles deixou de lado a moderação com a qual competiu – e perdeu – contra Chávez na eleição de outubro de 2012. Na ocasião, o governador de 40 anos preferiu não reagir aos ataques, evitando um combate direto com Chávez. Agora, Capriles optou por uma postura mais agressiva. O tom utilizado contra Maduro é bem mais duro.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Hinterlaces divulgada na última segunda-feira (01/03) indica que Maduro ganharia as eleições com 55% dos votos, contra 35% para Capriles. Outra sondagem, de 19 de março, dava uma margem de 19 pontos para o candidato chavista.

Superar esses números será uma tarefa difícil para a oposição, que dois meses após perder para Hugo Chávez sofreu derrotas arrasadoras nas eleições regionais.

Analistas consideram que Maduro deverá se beneficiar do legado sentimental deixado pela morte de Chávez. Capriles, além de enfrentar Maduro, luta também contra o “fantasma” de Chávez, uma figura adorada com fervor religioso por milhões de venezuelanos. Ainda assim, muitos acreditam que a ausência do líder bolivariano deixa o partido em situação mais vulnerável aos ataques de seus opositores.

Em um combate marcado pelos golpes baixos, os governistas também não pouparam ataques, referindo-se a Capriles como “fascista”, “miserável” e até classificando a oposição como “herdeiros de Hitler”. Maduro chegou a questionar a orientação sexual do adversário: “Eu sim tenho a minha mulher, eu gosto é das mulheres.”
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