1. Dilma defende usinas hidrelétricas com grandes reservatórios
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Não é de hoje que o governo sinaliza um certo descontentamento em relação ao modelo de engenharia que passou a ser utilizado na construção de novas hidrelétricas pelo país, uma opção tecnológica que reduz o tamanho dos reservatórios criados para geração de energia.
Dois dias atrás, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, realizado no Palácio do Planalto, para colocar de lado o discurso dúbio de seus principais assessores do setor energético e foi diretamente ao ponto.
Dilma defendeu a construção de hidrelétricas com grandes reservatórios, modelo que foi utilizado para erguer a usina de Itaipu.
A crítica de Dilma foi dirigida à crescente instalação de usinas baseadas no modelo conhecido como “fio d’água”.
Nessas hidrelétricas, turbinas utilizam o fluxo natural do rio para gerar energia, dispensando a necessidade de ter grandes quedas de água.
No caso de hidrelétricas como Itaipu, cria-se um grande lago, para que se obtenha uma queda d’água maior, o que significa mais energia.
As usinas a fio d’água, disse Dilma, vão exigir que o país repense a sua matriz energética, explorando geração térmica, que é mais poluente.
É uma decisão polêmica.
A viabilidade de novas usinas na região amazônica, como as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e de Belo Monte, no Pará, só foram para frente porque o governo concordou em adotar o modelo a fio d’água.
Belo Monte, por exemplo, que tem gerado tanta polêmica por conta de seu reservatório de 502,8 km quadrados, teve seu projeto original alterado, reduzindo a dimensão de seu lago para menos da metade do tamanho inicialmente previsto.
A defesa da presidente soa como um pesadelo para ambientalistas. O fato de a usina se basear em turbinas tipo fio d’água não significa que as áreas alagadas são pequenas.
Dilma defendeu as ações adotadas pelo governo para controlar o desmatamento e disse que o país demonstra que “é possível crescer e preservar”.
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