1. Documentário mostra participação americana no golpe de 1964
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Brasil de fato
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Uma série de iniciativas vem colocando em pauta o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Além de ações de repercussão como a Comissão da Verdade, livros e filmes lançados recentemente também resgatam acontecimentos e contribuem para a compreensão do que ocorreu na época.
Um dos mais novos trabalhos nesse sentido é o documentário 1964 – Um golpe contra o Brasil, uma parceria entre o Núcleo Preservação da Memória Política e a TVT – Televisão dos Trabalhadores. Lançada em março deste ano, a produção tem como foco a questão do regime, mas com uma proposta diferente: relatar e analisar os momentos que antecederam o golpe.
“O Núcleo [de Preservação da Memória Política] pensou em um vídeo capaz de informar aos mais jovens o que foi o pré-golpe e o golpe para que se entendam os interesses de classe em jogo no Brasil naquele momento e os interesses do grande império estadunidense nessa história”, explica o diretor do documentário, o jornalista, escritor e artista plástico Alipio Freire.
O vídeo se antecipa aos 50 anos do golpe, que se completarão em 2014. Para Freire, é preciso desde já disponibilizar outras versões para os fatos, diferentes das que contam a história oficial. “É preciso que as pessoas, e sobretudo os jovens, tenham acesso a outro tipo de informação”, diz.
O documentário se inicia com a eleição de Jânio Quadros para a presidência da República e João Goulart como vice, em 1960, e se estende até a posse de Humberto Castello Branco, primeiro presidente militar, em 15 de abril de 1964. A narrativa foi construída a partir de depoimentos de militantes e opositores do regime como Almino Affonso, então deputado federal e ministro do Trabalho do governo Jango; Rafael Martinelli, dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT); a socióloga Maria Victoria Benevides; Aldo Arantes, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e João Pedro Stedile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O vídeo não será comercializado, e sim distribuído para instituições, com a recomendação de que todas que recebam o material façam e difundam cinco cópias, a fim de que o projeto alcance o maior público possível. Em breve, também será disponibilizado na internet.
Para o segundo semestre, está previsto o lançamento de uma versão do documentário voltada à exibição nas escolas. Com o mesmo conteúdo, o material será dividido em oito módulos de 24 minutos cada.
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