1. Espionagem: Snowden desaparece em Hong Kong
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Desapareceu o técnico da CIA que revelou o esquema de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos.
Edward Snowden abandonou esta segunda-feira o hotel de Hong Kong onde estava refugiado e não voltou a ser visto. Um jornalista do Guardian declarou que Snowden continua em Hong Kong.
O Departamento de Justiça americano abriu um inquérito criminal a Snowden e irá pedir que o técnico de 29 anos seja extraditado para os Estados Unidos.
Snowden entregou ao Guardian e ao Washington Post informações confidenciais sobre o PRISM, nome de código para o programa de espionagem que permite à NSA acesso aos dados e registros dos servidores de empresas como Google, Facebook e Skype.
A situação ameaça criar um imbróglio – e com possíveis implicações também para as relações entre China e Estados Unidos.
Em 1996, um ano antes de ser devolvida à China, Hong Kong, então colônia britânica, assinou um tratado de extradição com os EUA que permite a troca de suspeitos de cometerem crimes.
Especialistas acham que Snowden terá dificuldades para driblar o acordo.
“Hong Kong não vai colocar em risco sua relação com os EUA por causar de Snowden. E poucas pessoas têm influência para persuadir outro país a mudar de rumo por sua causa”, disse à agência de notícias Reuters o advogado americano Robert Anello, que já lidou com vários processos de extradição.
A questão, no entanto, pode se tornar ainda mais complicada. Hong Kong tem significativa autonomia em relação ao resto da China, mas é de Pequim a responsabilidade por questões de defesa e política externa.
E uma lei do território prevê que a China pode emitir uma “instrução” determinando se Hong Kong deve acatar ou não o pedido de extradição.
A intervenção se justificaria no caso de os interesses chineses em questões de defesa ou assuntos internacionais estejam significativamente ameaçados.
Os EUA, por outro lado, já disseram que tratarão do assunto diretamente com Hong Kong.
“Todos os casos serão tratados de acordo com as leis de Hong Kong”, disse o governo americano, em breve comunicado.
Snowden declarou que não quer viver num mundo onde “tudo que você faz e fala é gravado”.
“A NSA montou uma infraestrutura que lhe permite captar quase tudo”, afirmou. “Quando eu queria interceptar o e-mail ou o telefone de sua esposa, eu só precisava pedir os dados interceptados. Eu posso conseguir e-mail, senhas, dados de conversas, informações sobre cartões de crédito”, disse Snowden ao Guardian.
Ele trabalhou primeiramente como assistente técnico na CIA e depois passou a atuar na NSA, que é especializada na vigilância de infraestrutura de comunicação, como funcionário de várias companhias externas, como a empresa de consultoria Booz Alllen Hamilton e a fabricante de computadores Dell.
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