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1. Fotógrafa da Folha leva bala de borracha no olho em protesto do MPL

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Estadão

G1

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3EEF4688CDBD14BE3437161CB8B675Uma repórter da Folha de S. Paulo foi baleada no olho com uma bala de borracha na noite desta quinta-feira durante protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo.

Segundo Giuliana Vallone, da TV Folha, ela estava em um estacionamento na Rua Augusta quando uma viatura da Rota se aproximou em baixa velocidade e um PM que estava no banco de trás atirou contra ela.

Repórteres do Estado de S. Paulo também presenciaram ações questionáveis da Rota. Dois deles foram alvos de uma ação semelhante, na qual uma viatura se aproximou e disparou bombas de gás lacrimogêneo tentando acertá-los. Não havia conflito e nenhuma concentração de manifestantes na ocasião.

O Secretário de Segurança Pública de SP, Fernando Grella, afirmou em nota que determinou que a Corregedoria da Polícia Militar apure episódios envolvendo fotógrafos e cinegrafistas durante a manifestação.

Alguns dos presos durante protestos na capital paulista na noite desta quinta-feira (13) relataram que foram detidos e levados pela Polícia Militar ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, por portarem spray e vinagre.

Balanço da PM indica que 60 pessoas foram detidas durante protesto até as 20h. Ao todo, 19 foram liberados, 32 eram ouvidos e nove foram presos em flagrante com coquetéis molotov, vinagre, álcool e cachimbos de crack.

O tenente-coronel Marcelo Pignatari, comandante do 11º batalhão da Polícia Militar, afirmou que todos os detidos no protesto tinham “algum elemento, não necessariamente arma de fogo ou alguma coisa que seja ilegal”.

“Nós precisamos verificar com cuidado, porque a substância a gente desconhece. E não é só isso. Eles [os manifestantes] estão portando faca, bomba caseira, soco inglês, pedaços de pau. A orientação não é apreender vinagre, mas todos os objetos que possam ser usados contra os policiais e a população”, disse Pignatari.

Gabriel Guerreiro diz que estava saindo do metrô São Bento para participar da manifestação quando foi revistado por policiais, que acharam o vinagre. “O policial disse: A gente está levando todo mundo hoje que está com vinagre para a delegacia só para averiguação”, afirmou ele.

Ele diz que, na delegacia, foi interrogado e mandaram que tirasse a roupa, “para ver se tinha droga no corpo”. Ele diz que perguntou ao policial o motivo de estar ali e que ele respondeu: “Você aqui não questiona, só obedece.”

“Ele avisou que se eu fosse pego junto com quem está fazendo vandalismo, ia ter que pagar R$ 20 mil e se eu tinha esse dinheiro. Eu disse: tenho. Mas o problema é pagar fiança simplesmente por perguntar por que que eu estou aqui”, relatou. Em seguida, foi liberado.

Outro detido, que preferiu não se identificar, relatou que não houve violência em sua detenção e no ônibus da PM no caminho da delegacia. “Apreenderam o vinagre e liberaram”, afirmou.

“A manifestação é sempre pacífica e todo estopim de confusão parte de uma ação truculenta da polícia ou começa a dar tiro de borracha. Todo estopim do vandalismo começa com uma ação truculenta. E quando isso acontece as coisas perdem o controle”, disse.

Já outra jovem detida, operadora de telemarketing que também preferiu não se identificar, afirmou que ela trabalha com letreiros e por isso carregava um spray na bolsa. Ela afirma ter sido agredida por um policial militar.

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