1. O que Francisco pensa sobre capitalismo, emprego e globalização
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A crítica do Papa Francisco ao sistema capitalista não é apenas econômica e política; é também teológica, porque “ele domestica a religião para que não incomode tanto”. Mas as suas palavras mais fortes aparecem na crítica ao tratamento dado pelo capitalismo aos trabalhadores.
A reflexão é do jesuíta norte-americano Thomas J. Reese, ex-editor-chefe da revista America, dos jesuítas dos EUA,de 1998 a 2005, e autor de O Vaticano por dentro.
Em 2000, o papa afirmou em Sobre o Céu e a Terra (Companhia das Letras, 2013) que a Igreja não é apenas contra o comunismo, mas também contra “o liberalismo econômico de hoje, selvagem”. (…)
Mas as suas palavras mais fortes aparecem na crítica ao tratamento dado pelo capitalismo aos trabalhadores: “Não há pior desapropriação”, escreveu, “do que não poder ganhar o próprio pão, do que não ter a dignidade do trabalho”. O que degrada o pobre, escreveu, “é não ter esse óleo que o unge de dignidade: o trabalho”. Ele elogia sacerdotes, que, imitando Dom Bosco, ajudam as crianças nas favelas a se tornarem eletricistas, cozinheiras, alfaiates etc.
Em seu livro, Bergoglio também condena a fuga de capitais dos países em desenvolvimento: “O dinheiro também tem pátria, e aquele que explora uma indústria no país e leva embora o dinheiro para guardá-lo fora está pecando. Porque não honra com esse dinheiro o país que lhe dá a riqueza, o povo que trabalha para gerar essa riqueza”.
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