15 toneladas de crack: como era o esquema de tráfico na empresa de Cariani
Renato Cariani, empresário e influencer fitness com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões no YouTube, foi apontado como suspeito pela Polícia Federal (PF) em uma operação realizada nesta terça-feira (12).
Cariani é investigado por suposto envolvimento em um esquema de desvio de substâncias químicas ao longo de seis anos, capazes de produzir cerca de 15 toneladas de crack. A PF solicitou a prisão preventiva de Cariani e mais três pessoas, alegando reiteração delitiva durante o período. No entanto, a Justiça negou os pedidos de prisão.
A Operação Hinsberg, que culminou na busca e apreensão na mansão de Cariani, visa desarticular um esquema de tráfico de drogas e desvio de produtos químicos destinados à produção de crack. Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, revelou que 12 toneladas desses produtos foram desviadas, resultando na entrada de aproximadamente 15 toneladas de crack no mercado ilícito de drogas.
A Anidrol, empresa envolvida no esquema, emitia notas fraudulentas em nome de multinacionais, simulando a compra de substâncias utilizadas na produção de entorpecentes. A investigação, que teve origem em depósitos em dinheiro vivo para empresas farmacêuticas fictícias, revelou 60 notas fraudulentas emitidas entre 2014 e 2020. O objetivo do esquema era dificultar a fiscalização da PF, utilizando notas em nome de grandes corporações para passar despercebido.
Entre as substâncias desviadas estavam lidocaína, fenacetina, manitol, ácido sulfúrico, éter etílico e acetona, totalizando aproximadamente R$ 6 milhões em produtos. O delegado Vitor Beppu Vivaldi destacou que essas substâncias, embora com aplicações lícitas, são comumente usadas na produção e refinamento de crack. O esquema, que se valia de depósitos em espécie feitos em nome das multinacionais, contava com a participação de pessoas que se passavam por funcionários dessas empresas.
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