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1º lugar no concurso do TCU pode ficar sem a vaga; entenda

Lucas Vilela, primeiro colocado no concurso para o TCU (Tribunal de Contas da União), em frente à sede do órgão em Brasília. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Lucas Marques Vilela, 28 anos, alcançou o primeiro lugar na prova objetiva do concurso para técnico de controle externo do TCU, mas pode ficar fora da seleção. O candidato, formado em engenharia aeroespacial, errou apenas uma questão entre as 120 aplicadas. No entanto, ele concorreu às cotas raciais e não compareceu à banca de heteroidentificação, realizada no último domingo (28).

O edital do certame prevê que quem se inscrever pelas cotas precisa passar pelo procedimento, mesmo que tenha nota suficiente para a ampla concorrência. Vilela afirma que acreditava que, por estar em primeiro lugar, seria considerado automaticamente nessa modalidade. “Com certeza o Cebraspe vai me eliminar, eles são obrigados a seguir o edital”, disse o candidato, que agora pretende recorrer à Justiça.

Especialistas apontam que a eliminação pode ser contestada e que não há razoabilidade em obrigar a participação no processo de heteroidentificação quando o desempenho já garante a aprovação em ampla concorrência. Apesar disso, a nova lei de cotas, em vigor desde junho, é clara ao exigir a presença dos candidatos autodeclarados negros, independentemente da nota obtida.

Morador de Brasília, Vilela deixou a engenharia aeroespacial para se dedicar aos concursos públicos em 2023. Seu desempenho no exame do TCU, realizado em agosto, impressionou: 118 pontos, após perder uma questão por erro e outra por anulação.