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23% querem volta do voto em papel e 22% não querem se vacinar: quem ainda acredita em Bolsonaro?

Foto: Alan Santos/PR

Da coluna de Leonardo Sakamoto no UOL:

Além de reduzir o número de pessoas que desejam se vacinar contra covid-19, as campanhas de desinformação travadas por Jair Bolsonaro, seus aliados e seguidores também ajudaram a garantir que 23% da população desconfiasse das urnas eletrônicas a ponto de defender a volta ao voto em papel.

A figura de um presidente da República acaba sendo uma referência simbólica para uma parcela da população, mesmo que o presidente seja Jair Messias. Ainda mais quando ele conta com uma máquina de guerra nas redes sociais e aplicativos de mensagens para construir sua narrativa. Essa figura pode nos guiar para frente ou para trás, como é o caso. Um exemplo disso é que seu negacionismo, que despreza o coronavírus, fez com que brasileiros furassem quarentenas e voltassem à vida normal, mesmo no pico da pandemia. Isso reduziu a efetividade das medidas de isolamento e distanciamento social, aumentou o número de mortes e retardou a retomada dos empregos.

Pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (3), mostra que 73% dos brasileiros querem que o sistema de votação continue como é hoje. Mas o que surpreende é que um em cada quatro acredita que o melhor é retrocedermos ao que era antes, quando as denúncias de fraude e o atraso na totalização dos votos eram frequentes. O número dos que não confiam nas urnas eletrônicas é semelhante àqueles que, no mês passado, desconfiavam da vacina. Outra pesquisa Datafolha, divulgada em 12 de dezembro, apontou que 22% dos brasileiros não pretendiam se vacinar. Em agosto, eram 9%. Enquanto isso, 73% disseram que queriam ser imunizados.

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