241 pessoas morreram durante motim de policiais militares no Ceará

A dona de casa Maria de Paula Miguel, 26, dirigia de volta do treino de futebol do filho de 7 anos em Fortaleza na noite de 19 de fevereiro —o segundo dia do motim de policiais militares no Ceará—, quando foi anunciado assalto. No banco traseiro do carro, estava também sua filha de 5 anos. No banco do passageiro, a avó das crianças.
Após tentar arrancar com o carro e fugir, Maria foi atingida no peito. Socorrida ao Hospital Geral da capital cearense, não resistiu aos ferimentos e se tornou uma das 241 pessoas assassinadas no estado durante a paralisação ilegal da PM.
Entre 19 e 27 de fevereiro, enquanto PMs estavam amotinados em batalhões, os homicídios e latrocínios no estado triplicaram na comparação com o período anterior à paralisação. A paralisação se estendeu até o dia 1º, mas a secretaria ainda não divulgou balanços de mortos na reta final do motim.
A PM fala em cerca de 200 policiais de braços cruzados durante 13 dias, mas PMs dizem que houve colegas que apoiaram de forma branda, sem se amotinar, mas também sem trabalhar efetivamente.
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