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27 PMs da Rota foram assassinados, apenas um durante o serviço, nos últimos 19 anos

Solenidade do 48º Aniversário das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – ROTA. Foto: Wikimedia Commons

Reportagem de Luís Adorno no UOL informa que, em menos de duas semanas, dois policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), batalhão especial da corporação, foram assassinados, durante a folga, em represálias feitas a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital). As mortes de ambos exemplificam uma série histórica de como PMs do batalhão matam e morrem em São Paulo. Dados da PM (Polícia Militar), obtidos pelo UOL via Lei de Acesso à Informação, apontam que, entre janeiro de 2000 e março de 2019, policiais da Rota mataram 1.222 suspeitos, sendo 1.183 em serviço e 39 durante a folga. Somente em março deste ano, PMs do batalhão mataram oito suspeitos em uma ação em Guararema (SP). Na mesma ação, outros três foram mortos por outras equipes policiais.

De acordo com a publicação, na maioria dos boletins de ocorrência de mortes causadas pela Rota existe uma frase em comum: “os militares foram recebidos a tiros e revidaram à injusta agressão”. O último policial da Rota morto em serviço foi atingido em um destes confrontos, em maio de 2000. Desde lá até maio deste ano, foram 26 policiais do batalhão assassinados, sempre durante a folga. De acordo com os dados da PM obtidos pela reportagem, 2000 foi o ano em que PMs da Rota mais mataram (106) e que mais PMs do batalhão morreram de forma violenta (5). De lá para cá, houve alguns picos de mortes. A média geral de mortos por PMs da Rota é de 64 por ano. Enquanto a média de PMs do batalhão mortos é de 1,4 por ano. Em 2006, após uma rebelião coordenada pelo PCC, houve uma série de atentados da facção contra membros das forças de segurança pública estaduais. Ao todo, 564 pessoas morreram de forma violenta naquele mês. 59 agentes de segurança, e 505 civis. Naquele ano, a Rota matou 85. Desse total, 45 apenas no mês de maio. Como base de comparação, a Rota matou 43 durante todo o ano de 2007, e 49 em 2008.

Durante a gestão do procurador Fernando Grella Vieira, entre 2012 e 2014, houve um período de baixa, tanto de PMs da Rota mortos, quanto de suspeitos mortos por membros do batalhão. 2013 foi o ano menos letal do batalhão desde 2005. Em 2017, o ano mais letal das polícias de São Paulo desde 1996, quando a SSP passou a contabilizar os dados, a Rota matou 67 pessoas, sendo 62 durante o serviço. Em contraponto, naquele ano, nenhum PM do batalhão foi assassinado. Na manhã desta segunda-feira (6), o governador João Doria prestou solidariedade às famílias dos policiais mortos: “Destaco que não vi nenhuma entidade de direitos humanos se manifestando sobre a morte desses policiais. Toda a polícia e a inteligência estão mobilizadas neste caso”. Entre 2000 e 2019, 27 policiais da Rota foram assassinados, sendo 26 durante a folga; o único morto em serviço no período foi em maio de 2000, completa o Portal UOL.