Discurso de Alvim faz outras referências ao nazismo
“A arte alemã desta década será heróica, objetiva e livre de sentimentalismo. Será nacional, e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. Como você já sabe, o ex-Secretário da Cultura copiou a frase acima de Joseph Goebbels, só trocando a menção à Alemanha por uma ao Brasil.
Só que há mais ícones da propaganda nazista no resto discurso. Ele fala, por exemplo, que a arte deve glorificar a “harmonia dos brasileiros com a sua terra, assim como enfatizar a elevação da nação e do povo, acima de mesquinhos interesses particulares”.
Na Alemanha nazista, afinal, a arte era uma ferramenta de Estado. Tinha como função engrandecer o nazismo. E nada mais. Daí o “acima de mesquinhos interesses particulares”. Alvim também cita “as virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal”. O “mal”, num regime nazista, é qualquer coisa que não esteja completamente alinhada aos interesses do Estado.
A menção a “lealdade e autossacrifício” é, obviamente, um chamado à guerra. Remete a Mein Kampf (Minha Luta), o livro de propaganda nazista escrito por Hitler, que chamava os alemães a lutar contra “o mal” – no caso, contra os judeus e os comunistas.
(…)