3. Delfim é convidado a depor na Comissão da Verdade
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A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo aprovou requerimentos para convocar o ex-ministro Delfim Netto, que ocupou as pastas de Fazenda (1967-1974), Agricultura (1979) e Planejamento (1979-1985) durante a ditadura (1964-1985). Delfim foi um dos signatários, em 1968, do Ato Institucional número 5, o AI-5, que levou ao fechamento do Congresso, à cassação de liberdades políticas e ao período mais agudo da repressão do regime.
O requerimento foi apresentado pelo presidente do colegiado, Gilberto Natalini (PV), mas não tem força de convocação. A única comissão do gênero autorizada a convocar pessoas a depor é a nacional, criada por projeto de lei aprovado pelo Congresso e sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. O pedido não esclarece o motivo pelo qual Delfim foi chamado.
Natalini pediu ao representante da Comissão Nacional da Verdade, Anivaldo Padilha, que a CNV use o direito de convocação, mas um ato concreto em relação a Delfim dependerá de acordo. Padilha respondeu que o colegiado está disposto a ajudar a “desvendar os tentáculos da ditadura e como diversas instituições colaboraram com o regime”, o que passa pela convocação de figuras ligadas à repressão para que prestem depoimento na sede do Legislativo paulistano.
A reunião marcou a retomada dos trabalhos da comissão municipal, que no ano passado não avançou nos trabalhos e foi reaberta na nova legislatura. Além de Delfim, foram convidados a depor o jornalista Cláudio Guerra, autor do livro Memórias de uma Guerra Suja, e Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi de São Paulo, um dos principais aparelhos usados pela repressão.
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