3. Editoras Penguin e Random House se fundem para combater Amazon
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No final de 2012, as gigantes editoriais Bertelsmann e Pearson anunciaram que fundiriam suas duas editoras de livros, formando a nova editora Penguin-Random House. A noticia causou furor no pacífico setor livreiro.
Essa fusão acaba de se concretizar. Com um faturamento equivalente a 2,5 bilhões de euros, a nova megaeditora controlará grande parte dos mercados internacionais de língua inglesa e espanhola.
A partir de agora, tanto autores de best-sellers como Michael Crichton e E. L. James, quanto os celebrados Orhan Pamuk, Salman Rushdie e Gabriel García Márquez pertencem à mesma casa, cujo âmbito de atividades se estende da China ao Chile, de Nova Délhi a Nova York.
A lista da recém-criada Penguin-Random House inclui um total de 70 prêmios Nobel de Literatura.
Uma vez que não houve restrições, nem por parte dos órgãos anticartel europeus nem dos norte-americanos, a fusão pôde ser completada antes do previsto.
“A nova aliança editorial visa, acima de tudo, manter os livros visíveis num contexto em que o número de livrarias diminui cada vez mais”, diz Markus Dohle, atual presidente da Random House em Nova York e futuro diretor executivo da nova empresa.
Dohle coloca o dedo, assim, num dos problemas mais graves que enfrenta o ramo.
Nos últimos anos, tem sido grande o número de bancarrotas espetaculares no ramo editorial, especialmente em países como os EUA ou o Reino Unido, onde – ao contrário da Alemanha ou da França – as publicações não obedecem a um acordo de preço único, fixado pelas editoras.
Na Inglaterra, desde 2006 quase a metade das livrarias desapareceu.
Entre os observadores do setor, não há dúvida de que a fusão da Random House e a Penguin seja um bom passo.
Acima de tudo, trata-se de criar um polo de resistência à hegemonia do grupo de comércio eletrônico Amazon, que nos últimos anos arrebatou uma posição vantajosa no ramo de vendas de livros.
Nos EUA, de longe o maior mercado livreiro do mundo, a Amazon vende mais livros do que todo o restante dos comerciantes. Na aquisição de mercadorias para revenda, ela usa o peso de sua posição para forçar as editoras a baixarem seus preços.
No mercado de e-books, a fatia da gigante online chega a ultrapassar os 60%.
Contudo, esse inimigo comum não é a única ameaça ao comércio livreiro tradicional.
Um certo perigo também parte dos próprios autores, que há um bom tempo perceberam que livros autopublicados têm chances consideráveis junto ao público.
A Random House sentiu isso na própria pele: um de seus maiores sucessos recentes de vendas, Cinquenta tons de cinza (Fifty Shades of Grey), fora inicialmente publicado pela própria autora, E. L. James, na internet.
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