3. Papa inclui muçulmanos em ritual de Quinta-feira Santa
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DW
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Doze detentos de uma prisão juvenil italiana participaram do ritual de lava-pés, entre eles mulheres e muçulmanos. Com o ato, o papa Francisco continua a quebrar protocolos e a tentar aproximar Igreja Católica dos fiéis.
O gesto foi uma versão sem precedentes de uma prática ancestral dos pontífices durante a Semana Santa.
Até então, os antecessores de Jorge Bergoglio tinham como costume marcar o fim da quaresma na Basílica de São João de Latrão lavando os pés apenas de sacerdotes. A tradicional cerimônia era limitada aos homens, já que todos os apóstolos de Jesus eram homens.
Como arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio já havia incluído mulheres no ritual e tinha o costume de celebrar o chamado lava-pés em prisões, hospitais ou hospícios – parte do seu ministério para os mais pobres e marginalizados.
Ao levar a cerimônia para uma prisão juvenil, o papa – eleito há apenas duas semanas – afirmou que queria estar mais perto daqueles que estavam sofrendo. Em uma homilia breve e improvisada, Francisco disse aos jovens reclusos que todos, inclusive ele, devem estar a serviço dos outros.
“É o exemplo do Senhor. Ele foi o mais importante, mas ele lavou os pés dos outros. O mais importante é estar a serviço dos outros”, disse. No total, o Pontífice se encontrou no centro prisional com 46 jovens – muitos deles ciganos ou imigrantes norte-africanos.
O reverendo James Martin, padre jesuíta e autor do livro O Guia do Jesuíta, disse que o ato de Francisco ao lavar pés de mulheres tem grande significado. “A inclusão de mulheres nessa parte da celebração da Missa da Quinta-feira Santa era vista com maus olhos – e até mesmo banida de algumas dioceses”, afirmou.
Após a missa, o Papa cumprimentou os presos e deu um ovo de Páscoa para cada um deles. “Não perca a esperança”, disse. “Entende? Com esperança você pode sempre ir em frente.”
Mais cedo, em missa no Vaticano na manhã desta quinta-feira, Francisco pediu que os padres católicos se dediquem a ajudar os pobres em vez de se preocupar em fazer carreira como “gerentes” da Igreja Católica.
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