4. As lições da Finlândia para a educação brasileira
[titulo id=4]
[saibamais leia]
[/saibamais]
“Educação faz parte da nossa cultura”, diz a diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, Jaana Palojärvi.
A diretora chega ao Brasil como representante de um dos sistemas educacionais mais reconhecidos do mundo, com alunos se destacando nas primeiras posições da principal avaliação internacional de estudantes, o Pisa.
Jaana veio ao Brasil para falar no Seminário Internacional sobre o Sistema de Educação da Finlândia, que aconteceu na semana passada em São Paulo.
A diretora do “MEC finlandês” reiterou a receita do sucesso educacional, conhecido pela liberdade e flexibilidade que concede a alunos e professores.
Há quarenta anos, o país reviu suas prioridades e revolucionou o sistema que, hoje, é exemplo mundial
Abaixo visões da Finlândia de como se deve fazer educação pública:
1. A educação tem de ser igual e gratuita a todos
Jaana Palojärvi é veemente ao afirmar que as escolas na Finlândia oferecem a todos ensino de qualidade e gratuito.
O padrão de ensino é o mesmo em todas as escolas finlandesas e, por isso, as crianças passam a frequentar a escola do bairro, que está mais próxima de onde elas vivem.
2. “Mantenha as coisas simples”
Quando perguntada qual o principal conselho que ela teria para os educadores brasileiros, Jaana hesitou, mas definiu: “Foco nos níveis mais locais”.
Na Finlândia, a educação fica ao encargo do município e, mais do que isso, do professor. É ele, após muito treinamento, que decide como passar o conteúdo.
Cada escola é livre para criar seu próprio material de ensino. Para Jaana, isso faz toda a diferença, já que motiva os professores e incentiva novos modos de ensino, que acomodem as necessidades de cada criança.
“Tem de prestar atenção na realidade da sala de aula. É lá que a mudança acontece”, disse.
3. Valorização do professor
“O professor é a primeira pessoa na vida do aluno”, diz ela. Em seu país, eles podem não ter os maiores salários (ganham uma remuneração média em relação a outros setores), mas a carreira de professor é uma das mais populares.
O professor na Finlândia é bem preparado. Ele precisa ser graduado e ter um mestrado. Passa ainda por treinamento específico para dar aulas e tem plano de carreira.
4. A quantidade de horas de estudo não importa
A Finlândia não tem escolas de período integral – e os alunos não têm muita lição de casa. Segundo Jaana, “a qualidade do ensino existe na sala de aula, e isso se alcança com bons professores”.
O sistema básico e obrigatório de educação também segue essa linha de raciocínio e só começa com a criança aos sete anos: “Nós acreditamos que nossas crianças têm de ser crianças. Elas não têm de aprender a ler ou escrever antes dessa idade”, diz ela.
5. Atenção aos alunos que podem apresentar mais dificuldades
Na Finlândia, o foco não está no aluno que vai melhor. Pelo contrário, os professores tentam identificar aqueles que podem ter problemas, para conseguir mantê-los no sistema.
6. Valorização das diferentes formas de aprendizagem
Existem crianças mais visuais, outras aprendem melhor com música, outras se podem usar das mãos para compreender um novo conceito. Na Finlândia, os modelos pedagógicos sustentam diferentes estilos de ensino.
7. Menos tecnologia, mais ensino
Ao contrário do que se pode imaginar, tecnologia não é supervalorizada na Finlândia. Segundo Jaana, os professores até usam novos recursos tecnológicos, mas eles não são tão importantes. “São só ferramentas, não são o conteúdo, que é a chave de tudo”, diz.
8. Nada de testes
“Nós não acreditamos em testes”, diz Jaana.
[final]