4. Militar da reserva detalha ‘plano para matar’ presidente João Goulart
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Em depoimento neste sábado à Comissão Nacional da Verdade, o coronel-aviador da reserva Roberto Baere, 80 anos, revelou detalhes da chamada Operação Mosquito.
Foi uma conspiração montada em 1961 por oficiais da Aeronáutica para matar o então vice-presidente, João Goulart, que estava prestes a assumir a Presidência no lugar de Jânio Quadros, que havia renunciado.
Segundo seu depoimento, ele recusou participar da ação e ela foi abandonada.
A denúncia de Baere ocorre três dias depois de a própria comissão ter decidido pela exumação do corpo de Goulart – que está sepultado em São Borja (RS) e sobre cuja morte, em 1976, pairam até hoje suspeitas de envenenamento.
Apoiado em 1961 pela esquerda e pelos sindicatos, Goulart era visto por setores da direita militar como herdeiro político de outro velho inimigo dela, o presidente Getúlio Vargas, que havia se suicidado em 1954.
Passados dez anos, esses grupos eram radicalmente contra sua posse no lugar de Jânio.
Quando este renunciou, a 21 de agosto de 1961, Goulart estava na China. Ciente da oposição da direita, ele demorou para voltar e foi desembarcar dia 31 de agosto em Porto Alegre, onde as tropas eram leais ao governador Leonel Brizola, seu cunhado.
Ele só chegou a Brasília em 5 de setembro, já com o parlamentarismo imposto pelos militares. O plano dos golpistas era abater o avião em que Goulart faria essa viagem.
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