4. Presidente iraniano toma posse prometendo “novo capítulo”
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É longa a lista de temas na agenda do novo presidente do Irã, Hassan Rohani, empossado neste sábado (03/08): os avanços no conflito nuclear, o relaxamento das sanções internacionais, combate à crise econômica, respeito aos direitos humanos e liberalização da censura são apenas parte deles.
Em nível nacional e internacional, esperanças e expectativas de mudança se concentram no novo chefe de Estado. E elas não são infundadas. “O Irã iniciou um novo capítulo de moderação”, foi a mensagem central que Rohani dirigiu à comunidade mundial, em sua primeira coletiva de imprensa após a vitória eleitoral de 14 de junho.
O clérigo muçulmano de 64 anos promete mais transparência, sobretudo no que concerne o conflito com o Ocidente em torno do programa nuclear de seu país. Ele acredita haver chances de uma solução diplomática para a questão.
“Com Rohani, aumentaram, de fato, as chances de um diálogo racional”, opina Rolf Mützenich, porta-voz para assuntos de política externa da bancada social-democrata no Parlamento alemão. Ele argumenta que agora o Ocidente tem como interlocutor um presidente que, de 2003 a 2005, chefiou a comissão de negociações sobre o programa nuclear do Irã, e que é, portanto, familiarizado com os usos da diplomacia.
“Em primeira linha, a Alemanha pode esperar do novo presidente iraniano moderação, um estilo melhor e também a habilidade de aproveitar oportunidades. Isso se aplica também ao conflito nuclear”, avalia, em entrevista à DW, Walter Posch, especialista em assuntos iranianos do Instituto Alemão de Relações Internacionais e de Segurança (SWP).
Da mesma forma que seu antecessor, Mahmud Ahmadinejad, o novo presidente considera legítimo o controvertido programa atômico nacional e pretende seguir com os trabalhos de enriquecimento de urânio. Segundo Posch, na época em que Rohani foi secretário-geral no Conselho de Segurança nacional, os iranianos realmente fizeram muitos avanços na tecnologia nuclear e não pretendem renunciar a eles.
No entanto, sem concessões na questão nuclear, dificilmente haverá um afrouxamento das severas sanções internacionais que pesam sobre o Irã. Do ponto de vista do especialista Posch, esta é a última oportunidade para Teerã impedir que o país sucumba a um isolamento total e um bloqueio econômico abrangente.
Por outro lado, o porta-voz de política de segurança da bancada da Aliança 90/Os Verdes, Omid Nouripour, está entre os que esperam mais sinais positivos por parte do Ocidente. Em entrevista à DW, ele comentou: “Fala-se o tempo todo que é preciso atacar o problema com um pacote de atrativos e meios de pressão. Só que esses atrativos não existem mais. Por isso, é ótimo que os norte-americanos estejam dizendo: ‘Agora queremos conversar diretamente com o Irã, em nível mais alto'”.
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