De Letycia Cardoso e Pollyanna Brêta no Jornal Extra.
Os principais programas sociais dos governos que auxiliam famílias que vivem na pobreza ou na extrema pobreza estão à míngua e correm o risco de encolher ainda mais em 2020. A ameaça vem das reduções significativas no orçamento federal, da crise estadual e do enxugamento nas verbas do município do Rio. Dois dos maiores programas sociais do país — o Bolsa Família e o “Minha casa, minha vida” — sofrerão cortes de 7,8% e 42%, respectivamente, no ano que vem. O contingenciamento de dinheiro também atingiu em cheio, por exemplo, 43 mil famílias cadastradas no Cartão Família Carioca — programa municipal que prevê uma complementação mensal aos beneficiários do Bolsa Família com renda mais baixa. O pagamento está atrasado há dois meses.
De acordo com o economista Francisco Menezes, consultor da Action Aid e do Ibase, com este orçamento, cerca de 400 mil famílias podem deixar de ser atendidas em 2020 se a proposta orçamentária do governo for aprovada:
— Em função do quadro social, o problema da fome está reaparecendo de forma grave. Num contexto de pobreza e extrema pobreza, o programa deveria ter sido ampliado. A opção por um programa de austeridade para superar a crise penalizou os mais pobres — ressalta Francisco Menezes.
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