5. Caminhonete atropela 12 manifestantes e mata um em Ribeirão Preto
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Vinte e cinco mil ribeirão-pretanos foram às ruas nesta quinta-feira (20) em uma passeata que tinha tudo para entrar para a história como pacífica, mas ficou manchada pela morte de um jovem.
Marcos Delefrate, de 18 anos, morreu após ser atropelado por um veículo Range Rover.
A Polícia Militar confirmou que o carro era guiado por Alexsandro Ichisato de Azevedo, que tentou furar o bloqueio dos manifestantes. Ele está foragido.
Logo após o acidente, quatro voluntários, três deles se identificando como médicos, tentaram realizar massagem cardíaca em Marcos durante dez minutos até a chegada do socorro médico.
Marcos teve traumatismo crânio-encefálico e lesões no tórax e na coluna cervical.
Outras onze pessoas ficaram feridas.
Manifestantes pediram para o motorista, que estava acompanhado de uma mulher, dar ré. Depois, vários começaram a gritar “volta” e aplaudiram quando ele começou a se afastar.
“Mas o motorista disse que se a gritaria continuasse, iria atropelar todo mundo”, segundo uma manifestante.
O motorista se afastou, mas foi xingado.
Em seguida, acelerou atingindo levemente alguns deles. Isso revoltou os presentes, e várias pessoas começaram a danificar o carro. Com isso, o motorista acelerou novamente, atropelando os manifestantes, e fugiu. Enquanto os feridos eram socorridos pelos próprios manifestantes, a reação dos demais variou. Muitos se abraçaram e começaram a rezar, enquanto outros entraram em pânico aos prantos.
No momento em que foi atropelado, às 20h23, Marcos Delefrate estava com outros manifestantes ouvindo orientações das lideranças do movimento.
Segundo testemunhas, em nenhum momento ele discutiu com o motorista do veículo.
Dois amigos disseram que ele vestia branco para simbolizar a paz. Segundo eles, Marcos estudava máquinas agrícolas no Senai. Em sua página do Facebook, consta que nasceu e morava em Ribeirão Preto.
Com o acidente, o celular da vítima caiu no chão. Pouco depois, o aparelho tocou e manifestantes conversaram com a avó do rapaz, mas não tiveram coragem para dar a notícia da morte.
Nas redes sociais, a foto de Alexsandro foi rapidamente compartilhada, quase sempre com comentários chamando-o de “assassino”.
Rumores sobre uma suposta apresentação de Alexsandro ao plantão policial levou dezenas de pessoas até o local, mas a prisão foi negada pelo delegado plantonista Carlos Henrique Araújo da Silva.
O delegado apenas informou que o responsável foi identificado e a Land Rover preta encontrada.
A polícia militar foi até a residência do autor, mas ele não estava em casa. Por volta das 22 horas, quatro viaturas estavam em diligência na tentativa de encontrar o responsável.
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