5. Defesa de Delúbio diz que acórdão do mensalão é desconexo e beira ao ridículo
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O Globo
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Ininteligível, uma colcha de retalhos desconexa, injusta e marcada pela pressa, com situações que chegam ao ridículo.
Assim, a defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares classificou o acórdão do mensalão no recurso apresentado nesta quinta-feira contra a decisão tomada no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Delúbio foi condenado a oito anos e 11 meses de reclusão, em regime fechado.
As críticas mais pesadas foram em relação ao relator do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, e ao ministro Luiz Fux, que na maioria das vezes seguiu o voto de Barbosa.
Fux cancelou no acórdão todas as intervenções feitas no plenário durante o julgamento, o que não passou despercebido por Arnaldo Malheiros, advogado de Delúbio.
“Há situações, com a devida vênia, que beiram o ridículo, na medida em que importantes discussões são travadas ao longo das sessões – muitas delas iniciadas pelo próprio Ministro Luiz Fux – sem que se possa entender seu conteúdo, justamente porque as intervenções foram canceladas do acórdão!”, diz trecho do recurso, seguido da reprodução de um diálogo entre Fux e do ministro revisor, Ricardo Lewandowski, em que apenas o último fala.
“O documento – composto de impressionantes 8.405 páginas – mais parece uma colcha de retalhos e, em diversos momentos, soa desconexo”, diz outro trecho do documento.
No texto, a defesa diz que o acórdão “peca por extrema desorganização e falta de coerência estrutural, o que também o torna incompreensível”.
Ele também acusou o relator Joaquim Barbosa de ser seletivo nos depoimentos de testemunhas, usando-os apenas quando eles fundamentam a tese acusatória e desconsiderando os que são favoráveis a Delúbio.
Malheiros alega ainda que Barbosa desconsiderou as provas favoráveis a Delúbio com “argumentos não muito democráticos”.
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