5. Revoltas ressurgem no berço da Primavera Árabe
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BBC
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A cena de dezenas de policiais disparando bombas de gás lacrimogêneo contra jovens tunisianos nesta semana relembra um que aconteceu no mesmo lugar dois anos atrás.
Até o bordão era o mesmo: “nós queremos a queda do regime!”
Muitos tunisianos sentem que seus esforços de 2011 – quando conseguiram remover do poder Zine al-Abidine Ben Ali – podem ter sido em vão.
Após a eleição de uma Assembleia Constituinte, o partido vencedor Ennahda – embora aliado da Irmandade Muçulmana – prometeu uma abordagem inclusiva e adotou diversos elementos liberais em sua administração interina.
Mas, como no Egito, tunisianos liberais estão descobrindo que não é tão fácil conquistar a democracia.
O assassinato recente do político esquerdista secular Chokri Belaid foi um choque para a maioria dos tunisianos.
Belaid, de certa maneira um socialista à moda antiga, era também um grande oponente da coalizão governista do Ennahda.
Nos meses mais recentes o partido deixou grupos muçulmanos ultraconservadores, os salafistas, imporem suas opiniões em áreas que sempre foram consideradas bastiões do secularismo.
Os salafistas interromperam concertos musicais e exposições de arte, saquearam a embaixada americana (aparentemente uma represália a um filme que retratou o profeta Maomé de forma negativa) e protestaram de forma violenta em universidades.
Um dia antes de ser baleado quatro vezes quando saía do trabalho, Belaid alertou que havia um clima de violência sistemática varrendo o país e ameaçando as conquistas da revolução.
Seu assassinato “priva a Tunísia de uma de suas mais livres e corajosas vozes”, segundo o presidente francês François Hollande.
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