5. Saga de Snowden gera tensão diplomática entre EUA, Rússia e China
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A fuga do ex-consultor técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden está tomando cada vez mais contornos de um drama político e diplomático.
Após a sua suposta viagem de Hong Kong para Moscou, não se sabe ao certo o paradeiro do homem que denunciou o programa americano de espionagem de dados Prism, cuja extradição é exigida pelos EUA.
A agência de notícias russa Interfax assegurou que, ao contrário do anunciado, o antigo consultor da NSA não embarcou no avião que partiu nesta segunda-feira (24/06) com destino a Cuba.
“Edward Snowden não está no avião, ele não vai nesse voo”, declarou uma fonte policial citada pela Interfax.
O avião da Aeroflot levantou voo do Aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, às 14h15 (horário local).
Outra agência de notícias russa, a Ria-Novosti, afirmou igualmente que os numerosos jornalistas que se encontravam no avião não viram Snowden dentro do aparelho.
Citando uma fonte norte-americana, a agência Interfax afirmou que as autoridades dos EUA poderiam obrigar o avião da companhia russa Aeroflot a aterrissar em seu território caso ele transportasse o antigo colaborador da NSA para Cuba.
Segundo essa fonte, “por considerações de segurança civil ou necessidade militar e com base nas normas internacionais vigentes, cada país pode exigir a aterrissagem de qualquer aeronave que esteja na sua zona de responsabilidade de controle aéreo sobre seu território.”
O avião da Aeroflot que realiza o voo regular entre Moscou e Havana costuma passar por uma zona da responsabilidade dos serviços de controle aéreo de Nova York.
No domingo, Snowden teria deixado Hong Kong rumo a Moscou, apesar de Washington ter pedido a sua detenção e extradição.
Segundo um porta-voz da Casa Branca, o governo americano acredita que Snowden esteja em Moscou e está tentando a extradição junto às autoridades russas.
Aparentemente, Snowden deixou Hong Kong pouco antes de os Estados Unidos terem cancelado seu passaporte.
Ele teria se encontrado com diplomatas equatorianos no aeroporto da capital russa e preenchido um formulário de asilo.
Desde que deixou Hong Kong, Snowden não foi visto nem fotografado. Passageiros do avião que deixou Hong Kong rumo a Moscou não souberam dizer se ele estava a bordo.
Os Estados Unidos haviam encaminhado um pedido de extradição às autoridades de Hong Kong, mas este foi negado por não estar de acordo com a legislação local.
O porta-voz da Casa Branca disse que o governo dos EUA não acredita que a decisão de Hong Kong tenha motivos técnicos e afirmou que ela tem um impacto negativo nas relações entre os EUA e a China.
Enquanto isso, o ministro do Exterior do Equador, Ricardo Patiño, confirmou nesta segunda-feira o pedido de asilo do ex-consultor técnico.
Patiño disse que Snowden justificou o pedido de asilo com o “perigo de perseguição” por parte das autoridades dos Estados Unidos.
Na coletiva de imprensa, Patiño afirmou que o Equador estaria considerando o pedido de asilo com base na “nossa Constituição, em políticas internacionais e na nossa soberania.”
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