6. Protestos lançam luz sobre crescente desigualdade na Suécia
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A capital da Suécia, Estocolmo, receberá reforços em seu policiamento, depois de cinco dias de distúrbios sem precedentes registrados na periferia da cidade.
Os protestos – com incêndios de carros, enfrentamento com policiais e atos de vandalismo contra edifícios públicos – começaram na noite de domingo, no subúrbio de Husby, área empobrecida e ocupada sobretudo por imigrantes, e se espalharam pelos arredores da cidade ao longo desta semana.
Acredita-se que a onda de manifestações tenha sido desencadeada pela morte de um imigrante português, há cerca de uma semana, alvejado por policiais depois de supostamente ameaçá-los com um facão.
O crescente abismo entre ricos e pobres na Suécia é uma das explicações mais citadas para os incidentes.
Dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apontam que, nos últimos 25 anos, entre os países desenvolvidos, a Suécia foi quem registrou o maior aumento de desigualdade.
A ascensão do Partido Democrata, de direita, polariza os suecos.
Os distúrbios levantam questionamentos quanto ao sucesso do país na tentativa de integrar imigrantes, que representam 15% da população sueca, bem como no combate ao desemprego e à desigualdade social.
A polícia não interveio de maneira agressiva. Policiais disseram à BBC que decidiram conversar com líderes comunitários – inclusive em mesquitas – para tentar acalmar a situação.
Mas alguns moradores dizem que a polícia vem atuando de forma violenta, como no caso do homem morto a tiros.
Os protestos aumentaram o volume do debate sobre a imigração na Suécia, já que áreas como Husby, onde as manifestações começaram, têm até 80% de sua população formada por imigrantes de primeira ou segunda geração.
O país é conhecido por sua generosidade e hospitalidade, mas claramente algo não vai bem.
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