6. Comissão da ONU vê crimes de guerra nos dois lados do conflito sírio
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Crimes de guerra, violações dos direitos humanos e um possível uso de armas químicas no conflito.
Um relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas afirma que a guerra civil na Síria, já em seu terceiro ano, atingiu “novos níveis de brutalidade” e sugere às potências internacionais reduzir o fornecimento de armas ao país.
A denúncia é feita por uma comissão formada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU e presidida pelo diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
Os investigadores fizeram mais de 300 entrevistas e analisaram em detalhes o conflito entre os últimos dias 15 de janeiro e 15 de maio.
“Crimes que chocam a consciência se tornaram uma realidade diária”, disse Pinheiro. A humanidade vem sendo a vítima dessa guerra. É ilusão achar que mais armas vão romper o equilíbrio entre os dois lados. Mais armas só levarão a mais mortos e mais feridos.”
De acordo com dados da ONU, a guerra civil síria causou, em 26 meses, a morte de mais de 80 mil pessoas.
Um terço da população síria, 6,8 milhões de pessoas, precisa de ajuda para sobreviver. 1,6 milhão vivem como refugiados nos países vizinhos e 4,2 milhões sobrevivem como deslocados internos na Síria.
“As forças do governo e as milícias que as apoiam atacaram e cercaram sistematicamente cidades em todo o país, fazendo dos civis reféns ao controlar a distribuição de comida, água, medicamentos e eletricidade”, denuncia o relatório.
Pelo menos 17 massacres aconteceram no período investigado, afirma o estudo.
A comissão – que, embora patrocinada pela ONU, atua de forma independente – confirmou que foram usadas armas químicas no conflito.
Apesar de não apontar que lado as utilizou, disse duvidar que estejam nas mãos de rebeldes.
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