6. ‘Ficamos tempo demais sem ir pra rua’, diz líder da histórica Passeata dos Cem Mil
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Para o ex-deputado federal Vladimir Palmeira, um dos líderes da Passeata dos Cem Mil, em 1968, quando mais de cem mil pessoas tomaram as ruas do Rio de Janeiro para protestar contra a ditadura militar, os jovens ficaram “tempo demais sem ir pra rua”.
Na segunda-feira (17), cerca de 45 anos depois do ato considerado pelos historiadores como o ponto alto do movimento estudantil durante o regime, mais de cem mil pessoas voltaram a ocupar a avenida Rio Branco em direção à Cinelândia.
Elas participavam da quinta passeata contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio. “A motivação agora é outra, mas o espírito é o mesmo”, afirmou ele, repetindo a expressão que se tornou o slogan do movimento a nível nacional: “O gigante acordou!”.
“Acho ótimo que a juventude esteja de volta às ruas. As reivindicações são outras, não vivemos mais na ditadura, aqui o pessoal está focado na questão do transporte público. (…) O Brasil é uma exceção, inclusive na América Latina, onde se tem pouca participação popular. Desde 89 [ano da primeira eleição democrática após o fim da ditadura], o nível caiu muito. É bom ver que a juventude está renascendo”, declarou.
A Passeata dos Cem Mil, realizada no dia 26 de junho de 1968, foi inflamada pela morte do estudante Edson Luís Lima Souto, 18, três meses antes.
Ele foi baleado enquanto jantava no antigo restaurante Calabouço. Desde então, os militantes iniciaram uma onda de protestos, que foram reprimidos de forma cada vez mais violenta pela polícia.
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