6. Países europeus exigem esclarecimentos dos EUA sobre espionagem
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O “vício” por informações dos serviços de inteligência dos Estados Unidos ameaça afetar seriamente as relações entre Washington e a União Europeia.
Como informou a revista alemã Spiegel neste fim de semana, instalações da União Europeia foram alvos de espionagem americana.
Segundo reportagem da revista alemã, agentes norte-americanos teriam escondido microfones e invadido a rede de informática dos escritórios da União Europeia em Nova York e Washington.
Também teria sido interceptada a rede telefônica do Edifício Justus Lipsius, onde se realizam, por exemplo, as reuniões de cúpula da União Europeia, em Bruxelas.
Neste fim de semana, a Comissão Europeia exigiu esclarecimentos do governo dos Estados Unidos.
A atividade de espionagem na Alemanha seria maior do que em qualquer outro país da União Europeia, escreveu a Spiegel fazendo referência a documentos secretos levados pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden.
Em dias de pico, como 7 de janeiro de 2013, o serviço de inteligência teria espionado cerca de 60 milhões de ligações telefônicas entre os alemães.
Em comparação: na França, os norte-americanos teriam interceptado, em média no mesmo período, cerca de 2 milhões de ligações.
Políticos da oposição e do governo em Berlim reagiram chocados com as revelações da Spiegel.
“O fato de os nossos amigos nos EUA verem os europeus como inimigos vai além de qualquer imaginação”, declarou a ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger.
Agora, os europeus devem se perguntar até onde vai sua confiança no governo norte-americano.
Quando o presidente dos EUA, Barack Obama, visitou Berlim em meados de junho, ele justificou a vigilância eletrônica através da luta contra o terrorismo e afirmou que ao menos 50 ameaças concretas teriam sido frustradas.
“Caso as representações da UE em Bruxelas e Washington tenham sido realmente espionadas pelo serviço de inteligência norte-americano, vai ser difícil justificar isso com o argumento da luta contra o terrorismo”, afirmou a ministra alemã.
Neste domingo, o ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, também exigiu de Washington explicações sobre as recentes reportagens sobre a espionagem de instalações da União Europeia pela NSA.
“Caso confirmadas, tais ações seriam inaceitáveis”, disse Fabius em Paris. “Esperamos que as autoridades norte-americanas deem respostas o mais rápido possível às perguntas legítimas que resultam dessas revelações da mídia.”
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