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6. Premiê turco alerta que paciência se esgotou com manifestantes

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DW

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v2-Taksim-APEm mais um dia de protestos na Turquia, as forças de segurança invadiram, pela primeira vez, a simbólica praça Taksim, no centro de Istambul.

Após várias horas de confrontos, a polícia conseguiu nesta terça-feira (11/06) retomar completamente o controle do local.

O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que tinha prometido conversar com os manifestantes na véspera, elevou o tom e alertou que a paciência com os protestos acabou.

Os policiais agiram contra os manifestantes com carros blindados, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e canhões de água.

Alguns jovens responderam com coquetéis molotov e pedras. Cartazes e faixas foram rasgados, escavadeiras demoliram barricadas erguidas pelos manifestantes nas ruas laterais.

Os policiais, entretanto, não agiram contra o acampamento de ativistas no parque Gezi.

“O caso está encerrado agora. Não vamos ter mais qualquer tolerância”, disse Erdogan, em discurso aos deputados da bancada parlamentar de seu partido, o AKP, em Ancara.

O premiê exigiu aos manifestantes do parque Gezi que se retirem do local, afirmando que o parque é não é “uma zona de ocupação”. Ele classificou os protestos como “revolta ilegal contra a democracia”, com intuito de “prejudicar a economia turca”, e chamou os tumultos de “um ataque global sobre a Turquia” e uma tentativa de “manchar a reputação” do país.

Ainda na véspera, Erdogan havia indicado estar disposto a dialogar com os manifestantes. Através de seu vice, Bülent Arinc, anunciou que iria se encontrar na quarta-feira com representantes dos ativistas.

Os protestos contra o governo Erdogan já ocorrem há cerca de duas semanas. Nos confrontos morreram, segundo dados oficiais, três pessoas até agora.

De acordo com a associação médica turca, quase 5 mil pessoas ficaram feridas.

Alguns analistas acreditam que haja um plano por trás da crescente tensão fomentada pela política interna de Erdogan.

“Erdogan pretende polarizar o país, unificar as bases do seu partido com essas manifestações”, crê Cakirözer. “Ele espera poder obter uma grande vitória nas próximas eleições locais, previstas para março de 2014.”
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