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7. Bombardeios são alerta israelense a Assad

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BBC

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article-2319645-19A0BC73000005DC-475_634x818Em janeiro deste ano, Israel bombardeou um comboio de armas que, segundo seu serviço de inteligência, transportava avançados SA-17, um tipo de míssil antiaéreo. As armas sairiam da Síria para ser entregues a militantes libaneses do Hezbollah.

O ataque foi um alerta, um esforço para dissuadir o regime do presidente Bashar al-Assad de fazer transferências de armas para seus aliados no Líbano.

Os recentes ataques aéreos mostram que esse objetivo de dissuasão não foi atingido. Eles são prova de que a Força Aérea israelense tem condições de atacar alvos no coração da Síria, e de que eles podem ser os primeiros de muitos.

Um padrão regular de bombardeios eleva o risco de levar a Síria e o Hezbollah a se engajarem em uma guerra regional. O pesadelo de o conflito na Síria se espalhar por toda a região se tornaria uma realidade.

Qual é a preocupação israelense? Enquanto uma boa parcela da atenção de Israel e dos Estados Unidos se volta para a possibilidade do arsenal de armas químicas sírias caírem em mão erradas, os ataques aéreos ressaltam a preocupação israelense sobre o repasse de avançados armamentos convencionais para o Hezbollah.

Isso inclui mísseis destinados a abater aeronaves, navios, blindados e tropas. Tal preocupação não é nova.

Há cerca de quatro anos, o governo do então premiê Ehud Olmert alertou que não toleraria a transferência do que chamou de “armas capazes de mudar o jogo” para o Hezbollah.

De acordo com a inteligência americana, o alvo do ataque da última quinta-feira foi um carregamento de mísseis terra-terra (disparados do solo para atingir alvos também na superfície) em um armazém no aeroporto de Damasco.

Os mísseis, que teriam sido comprados do Irã, seriam Fateh-110s, movidos a combustível sólido – cujas características são mobilidade e precisão. Eles seriam capazes de atingir as principais cidades israelenses, inclusive Tel Aviv, se disparados do sul do Líbano.

O que não ficou claro, segundo disse a inteligência americana, é quem exatamente receberia os mísseis: o Exército sírio ou o Hezbollah. O armazém atacado seria controlado pelo Hezbollah e pelo grupo paramilitar iraniano Força Quds.

Esse episódio destaca novamente o forte triângulo de relacionamento entre Teerã, Damasco e o Hezbollah. De fato, relatórios recentes sugerem o envolvimento crescente do Hezbollah na guerra da Síria.

De acordo com algumas fontes, centenas de militantes do Hezbollah combatem ao lado das forças militares de Assad no campo de batalha.

O Irã, ao ver seu aliado sírio em dificuldades, estaria ansioso por reforçar as defesas do Hezbollah no Líbano. Assad, por sua vez, deve se sentir obrigado a transferir armas para o Hezbollah em retribuição ao seu apoio ativo. Isso significa que quanto maior for o ritmo de desintegração do regime sírio, mais rápidas serão as transferências de armas.
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