7. Bombardeios são alerta israelense a Assad
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Em janeiro deste ano, Israel bombardeou um comboio de armas que, segundo seu serviço de inteligência, transportava avançados SA-17, um tipo de míssil antiaéreo. As armas sairiam da Síria para ser entregues a militantes libaneses do Hezbollah.
O ataque foi um alerta, um esforço para dissuadir o regime do presidente Bashar al-Assad de fazer transferências de armas para seus aliados no Líbano.
Os recentes ataques aéreos mostram que esse objetivo de dissuasão não foi atingido. Eles são prova de que a Força Aérea israelense tem condições de atacar alvos no coração da Síria, e de que eles podem ser os primeiros de muitos.
Um padrão regular de bombardeios eleva o risco de levar a Síria e o Hezbollah a se engajarem em uma guerra regional. O pesadelo de o conflito na Síria se espalhar por toda a região se tornaria uma realidade.
Qual é a preocupação israelense? Enquanto uma boa parcela da atenção de Israel e dos Estados Unidos se volta para a possibilidade do arsenal de armas químicas sírias caírem em mão erradas, os ataques aéreos ressaltam a preocupação israelense sobre o repasse de avançados armamentos convencionais para o Hezbollah.
Isso inclui mísseis destinados a abater aeronaves, navios, blindados e tropas. Tal preocupação não é nova.
Há cerca de quatro anos, o governo do então premiê Ehud Olmert alertou que não toleraria a transferência do que chamou de “armas capazes de mudar o jogo” para o Hezbollah.
De acordo com a inteligência americana, o alvo do ataque da última quinta-feira foi um carregamento de mísseis terra-terra (disparados do solo para atingir alvos também na superfície) em um armazém no aeroporto de Damasco.
Os mísseis, que teriam sido comprados do Irã, seriam Fateh-110s, movidos a combustível sólido – cujas características são mobilidade e precisão. Eles seriam capazes de atingir as principais cidades israelenses, inclusive Tel Aviv, se disparados do sul do Líbano.
O que não ficou claro, segundo disse a inteligência americana, é quem exatamente receberia os mísseis: o Exército sírio ou o Hezbollah. O armazém atacado seria controlado pelo Hezbollah e pelo grupo paramilitar iraniano Força Quds.
Esse episódio destaca novamente o forte triângulo de relacionamento entre Teerã, Damasco e o Hezbollah. De fato, relatórios recentes sugerem o envolvimento crescente do Hezbollah na guerra da Síria.
De acordo com algumas fontes, centenas de militantes do Hezbollah combatem ao lado das forças militares de Assad no campo de batalha.
O Irã, ao ver seu aliado sírio em dificuldades, estaria ansioso por reforçar as defesas do Hezbollah no Líbano. Assad, por sua vez, deve se sentir obrigado a transferir armas para o Hezbollah em retribuição ao seu apoio ativo. Isso significa que quanto maior for o ritmo de desintegração do regime sírio, mais rápidas serão as transferências de armas.
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