7. O padre que se tornou revolucionário na Síria
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O padre jesuíta Paolo Dall’Oglio é hoje um revolucionário. Depois de ter trabalhado na Síria durante 30 anos em prol do diálogo islâmico-cristão, ele apoiou e defendeu a oposição síria.
Expulso pelo regime de Bachar al-Assad em 2012, ele está publicando um livro-depoimento sobre sua vida e sua análise do conflito sírio vivido de dentro.
“O povo sírio disse definitivamente não ao regime torturador, bárbaro e mafioso de Bachar al-Assad”, disse ele numa entrevista recente.
“O povo rejeitou a duplicidade política e a manipulação da informação. Mas está pagando caro por essa recusa. Após dois anos de tragédia, percebemos mais do que antes que algo mais global está acontecendo. Na Síria, vemos simultaneamente agir a América pós-Bush, o neo-sovietismo, as tensões assassinas entre sunitas e xiitas e a paralisia europeia.”
O entrevistador lhe perguntou a certa altura: “O senhor milita pela e na oposição síria. Como, na condição de padre, o senhor pode defender a escolha das armas?”
A resposta do padre: “Trabalhei durante quinze anos para a emergência de uma sociedade civil na Síria e para uma mutação democrática madura e pacífica. Mas fracassei.
A Europa e toda a comunidade internacional, que tanto esperaram uma evolução pacífica na Síria, fracassaram. Foram os nossos jovens sírios, muçulmanos e cristãos, que foram para as ruas. Impuseram a revolução. Disseram: basta!
No início, na primavera de 2011, reivindicavam simplesmente a liberdade de opinião e de expressão. Não pediam o fim do regime, mas uma abertura coerente.
Porém, quando manifestantes foram mortos e sistematicamente torturados nas prisões, a necessidade da revolução e de tomar as armas se impôs. De fato, não há alternativa.”
[final]
