7. Sob forte segurança, França realiza seu 1º casamento gay
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Poucos dias após a mais violenta manifestação contra a ampliação dos diretos dos gays, que terminou com quase 300 detidos em Paris, o “sim” oficial ao primeiro casamento homossexual da história da França aconteceu de forma pacífica em Montpellier, no sul do país.
Sem enfrentar protestos, Vincent Autin, 40 anos, e Bruno Boileau, de 30, oficializaram o relacionamento de sete anos na presença de centenas de convidados, uma multidão de jornalistas, além de autoridades, como a prefeita Helene Mandroux.
“É um momento histórico em nossas vidas e para o nosso país”, disse, que agradeceu a oportunidade de declará-los casados. “Nós estamos construindo aqui, juntos, a sociedade de amanhã.”
Depois da troca de alianças e do beijo final, um dos noivos discursou emocionado: “A solidariedade sempre leva vantagem sobre o ódio”, disse Vincent Autin.
Apesar do clima pacífico, momentos antes da cerimônia, uma bomba de fumaça atingiu uma área fora nos arredores do prédio da prefeitura.
A polícia se apressou para investigar o que seria um possível ataque, e o casamento prosseguiu como planejado.
O ministro do Interior francês, Manuel Valls, prometeu ser mais rígido com relação aos comportamentos homofóbicos, citando um aumento no número de ameaças contra os gays em fóruns na internet.
“Por que precisamos endurecer a segurança? Porque há ameaças”, afirma Valls. “Provavelmente teremos que endurecer as penas para discursos homofóbicos.”
Apesar da grande oposição à união gay e à possibilidade de adoção de crianças por casais do mesmo sexo, 65% dos franceses são a favor do casamento homossexual, segundo uma pesquisa realizada pelo instituto francês de opinião pública (IFOP).
No domingo, uma enquete no site do Journal du Dimanche apontou que três quartos do franceses estão cansados dos protestos e acreditam que eles devem cessar.
A campanha “casamento para todos” foi uma das principais promessas do presidente François Hollande antes de chegar ao poder – e se concretizou oficialmente no dia 18 de maio, após a publicação no Diário Oficial francês.
Desde então, os protestos, já intensos, tornaram-se também violentos.
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