8. Adoçante à base de estévia vira sensação nos EUA e na Europa
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Adoçantes extraídos da estévia estão rapidamente se tornando uma sensação especialmente nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, países onde ainda são uma novidade, apesar de a planta ser usada há séculos na região do Brasil.
Apenas em 2008 o governo americano deu seu aval para a venda de produtos com o adoçante. Na União Europeia, a autorização foi concedida em 2011.
Refletindo isso, entre 2008 e 2012 houve um aumento global de 400% na venda de novos produtos à base de estévia, com uma elevação de 158% apenas entre 2011 e 2012, segundo a Mintel, consultoria internacional do setor de alimentos.
A rede britânica de lojas de vitaminas e suplementos alimentares Holland & Barrett diz ter detectado um aumento de 50% nas vendas de produtos com o adoçante no último mês, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A Coca-Cola chegou a alterar a receita do refrigerante Sprite na Grã-Bretanha, relançando uma versão com stevia que supostamente teria uma redução de 30% de calorias.
Segundo os fabricantes, o “adoçante milagroso” não tem calorias nem carboidratos e não aumenta os níveis de glicose. Mas será que isso é bom demais para ser verdade?
A estévia tem o potencial de ajudar a controlar do peso, a manter a saúde dos dentes e combater o diabetes, diz a nutricionista Laura Wyness, da Fundação Britânica de Nutrição.
Esses possíveis benefícios médicos já seriam válidos para os adoçantes artificiais de baixa caloria que estão no mercado há muitos anos, como o aspartame e a sacarina, mas a estévia tem uma vantagem.
“A grande questão da estévia é que ela tem uma fonte natural”, diz Stefan Gates, apresentador de TV e autor de livros sobre gastronomia e alimentos. “Isso não significa que ela já não esteja altamente processada quando chega à sua comida ou bebida… mas é isso (produtos ‘naturais’) que todos querem agora.”
Segundo cientistas, os extratos concentrados são cerca de 300 vezes mais doces do que o açúcar. Já o gosto “tem sido descrito como semelhante a sementes de anis”, disse David Turner.
Mas ainda não se sabe ao certo os efeitos a longo prazo dos adoçantes como a estévia, o que faz com que surjam temores. Um deles é de que o adoçante afete hormônios relacionados à atividade cerebral.
Em comparação com a estévia, os adoçantes artificiais sintéticos, como o aspartame ─ usado em bebidas como a Coca-Cola Diet ─ têm sido alvo de controvérsias há muito tempo.
O aspartame já foi ligado ao câncer, e embora não tenha havido provas conclusivas, as pessoas se mantêm receosas quanto à palavra “artificial” em questão de alimentos.
A Associação Dietética Britânica e a organização não-governamental Diabetes UK (que faz campanhas para frear o avanço da doença e congrega mais de 5 mil voluntários) não fazem distinção entre seus aconselhamentos para adoçantes tradicionais e a estévia.
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