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8. O complexo código de uso do Google Glass

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gloEnquanto os legisladores americanos começam a debater os riscos que os novos óculos Google Glass oferecem à privacidade, uma coisa está clara: a tecnologia capaz de redefinir o que é “público” e conectar o mundo digital ao físico chegou para ficar.

Agora, a questão é: o que podemos fazer sobre isso?

Proprietários de minúsculos dispositivos conectados à internet já enfrentam o dilema de onde ou quando é apropriado usá-los, e juristas dizem que não há muitas proteções para as pessoas cujas atividades são registradas pela tecnologia.

Noble Ackerson, um desenvolvedor de software de 33 anos que vem usando o Google Glass há um mês, diz que desenvolveu suas próprias normas de etiqueta baseadas no “bom senso” para o novo aparelho do Google.

Por exemplo, ele não usa o Google Glass em banheiros públicos, cinemas e cassinos, onde o dispositivo poderia lhe dar uma vantagem injusta.

“O Google Glass oferece tecnologia que não é nova e temos que aplicar a mesma etiqueta usada para tecnologias existentes”, diz.

Vários membros do Congresso americano já estão pressionando o Google a dar respostas sobre o funcionamento da tecnologia e algumas empresas, como bares e cassinos, já proibiram o seu uso.

Por ora, o Google Glass, que posiciona uma pequena tela de computador sobre um olho e conta com um sensor de movimento, câmera e microfones, funciona como uma extensão do smartphone.

Ele permite que o usuário tire fotos e grave vídeos tocando a lateral do dispositivo ou usando comandos de voz. Também possibilita o compartilhamento do acesso à câmera do aparelho com outras pessoas na Web para que elas possam “ver” o que o usuário está olhando.

Os óculos podem ainda ser usados para telefonar, pesquisar no Google e receber e enviar mensagens via comandos de voz. Além disso, o aparelho tem mapeamento e navegação por instruções de voz.

O Google planeja lançá-lo comercialmente no ano que vem. Membros de um seleto grupo que está testando o aparelho dizem que os potenciais benefícios – como dar a paraplégicos a capacidade de tirar fotos usando a voz ou tornar mais fácil documentar brutalidades de policiais, entre outros usos – superam os riscos à segurança e à privacidade.

Mas um uso potencial tem agitado a imaginação e os temores de muitos: o reconhecimento facial, que poderia ser usado para espionar pessoas.

Executivos do Google dizem que, embora qualquer dispositivo, incluindo os smartphones atuais, possa ser utilizado para prejudicar ou espionar outras pessoas, a empresa se esforçará para impedir que esse tipo de aplicativo esteja disponível em sua loja virtual.

O Google diz que os óculos também seriam uma forma “ruim” de espionar pessoas, porque o usuário tem de estar em frente ao que estiver gravando. A pequena tela do dispositivo se ilumina quando a câmera é acionada, permitindo que pessoas próximas saibam que o dispositivo está ligado.
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