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8. Lei que autoriza inglês nas universidades gera revolta na França

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BBC

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french_people1Um projeto de lei que autoriza as universidades da França a darem aulas em inglês, discutido atualmente pelo Parlamento, está causando grande polêmica no país.

Os opositores à medida – inúmeros intelectuais e políticos – afirmam que “a invasão do inglês” nas faculdades representa uma “ameaça” à língua francesa.

A polêmica é tão grande que o jornal Libération publicou uma capa toda escrita em inglês na terça-feira.

O governo ressalta que a iniciativa visa atrair à França estudantes universitários de outros países, sobretudo emergentes, e também “excelentes professores” internacionais que não falam francês.

“Muitos alunos, sobretudo de Coreia do Sul, China, Brasil, Índia e Cingapura, gostariam de estudar na França, mas se sentem desencorajados pelo fato de que é preciso saber falar francês”, afirma a ministra do Ensino Superior, Geneviève Fioraso.

O objetivo, segundo ela, é aumentar a porcentagem de estudantes estrangeiros nas faculdades francesas, dos 12% atuais para 15% em 2020.

Mas em um país tão apegado à sua língua, a questão provocou debates acalorados antes mesmo de o texto começar a ser discutido pelos deputados, na quarta-feira.

O texto de 59 artigos, chamado “lei Fioraso”, é bem mais amplo e trata da reforma do ensino superior em geral.

A autorização de cursos em línguas estrangeiras nas universidades é apenas um artigo desse projeto de lei, mas ofuscou as demais medidas previstas.

Nos últimos dias, vários artigos de opinião foram publicados em jornais franceses por personalidades que ou criticam fortemente ou apoiam a utilização do inglês nos cursos universitários.

A Academia Francesa de Letras, instituição criada em 1653, fez um alerta sobre “os perigos de uma medida apresentada como uma aplicação técnica, mas que, na realidade, leva à marginalização da língua francesa”.

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