84% dos eleitores de Bolsonaro acreditam no ‘kit gay’, revela pesquisa

Pesquisa IDEIA Big Data/Avaaz divulgada nesta quinta-feira (1º) revela que 83,7% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) acreditaram na informação de que Fernando Haddad (PT) distribuiu o chamado kit gay para crianças em escolas quando era ministro da Educação. No último dia 15, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu Bolsonaro de acusar seu adversário no segundo turno de distribuir material que, segundo ele, estimulava a pedofilia.
Na ocasião, o ministro Carlos Horbach, do TSE, determinou a retirada de seis postagens da campanha do então candidato do PSL no Facebook e no YouTube nas quais Bolsonaro chamava de kit gay o livro Aparelho Sexual e Cia. e o projeto Brasil sem Homofobia. Conforme concluiu o ministro, o programa não foi implantado e o livro jamais foi distribuído para crianças no Brasil. O levantamento mostra que 85,2% dos eleitores de Bolsonaro tiveram acesso à fake news. Somente 10% dos eleitores de Haddad acreditaram na história.
No vídeo, Bolsonaro afirma que o livro é “uma coletânea de absurdos que estimula precocemente as crianças a se interessarem pelo sexo”. Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou diversas vezes que não produziu, nem adquiriu ou distribuiu a obra e esclareceu que a publicação é estrangeira e traduzida em dez idiomas. Mesmo assim, o presidente eleito continuou a falar de kit gay no término da campanha e seus primeiros discursos após o anúncio de sua eleição.
Mudança de posição
A pesquisa chegou a conclusões semelhantes em relação a outras quatro notícias falsas compartilhadas. Segundo a pesquisa, 98,21% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados foram expostos a uma ou mais mensagens com conteúdo falso.
Conforme a sondagem, 40% das pessoas ouvidas disseram ter mudado de posição nas últimas semanas de “oposição ou com dúvidas sobre” Bolsonaro para “decididos” ou “considerando votar” nele. Isso no mesmo período em que essas notícias falsas atingiram o ápice de popularidade nas redes.
Outra fake news que ficou entre aquelas em que os eleitores de Bolsonaro mais acreditaram está a que dizia que haveria fraude nas urnas eletrônicas. Para 74% dos seguidores dele, essa informação era verdadeira. Outra notícia falsa que confundiu os apoiadores de Bolsonaro foi a que atribuía a Haddad a defesa da prática do incesto e da pedofilia (74,6%). Entre os eleitores do petista, apenas 9,8% consideraram que a informação era verdadeira.
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