9. Física brasileira recebe prêmio internacional de ciência
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DW
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Quem escuta a pesquisadora Márcia Cristina Bernardes Barbosa explicar seu trabalho em metáforas, comparando as propriedades de difusão da água ao trânsito engarrafado de Paris, pode pensar que física é coisa simples. Ela fala apaixonadamente sobre ciência, conta sua rotina à frente do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul de forma convidativa e quer, com a sua experiência, motivar outras mulheres a seguirem os caminhos da pesquisa.
“A carreira de cientista é uma coisa muito emocionante. A gente faz descobertas. Imagine só a emoção quando você se dá conta que é a primeira pessoa que compreendeu um certo fenômeno. Esse é um sentimento muito especial”.
Ela está em Paris para receber nesta quinta-feira (28/03) o prêmio L’Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência, em cerimônia de gala. No currículo, a física acumula os títulos de mestre e doutora, além de três cursos de pós-doutorado. Ela é a quinta brasileira a ser premiada e será homenageada ao lado de outras quatro mulheres, representando cada continente do globo.
Em vez de apenas festejar, ela decidiu transformar a situação em uma nova oportunidade para falar de ciência para quem vive longe das universidades. “Eu vivo em um país no qual o reconhecimento do cientista não é muito grande, em particular o reconhecimento das cientistas mulheres”. Ela conta que depois de saber sobre o prêmio, passou a dar muitas entrevistas e tem aproveitado as chances para exaltar a qualidade da pesquisa feita por mulheres no país
Ela entende que a imagem da profissão torna a carreira desinteressante para as meninas. “As meninas têm uma imagem de que cientista é uma pessoa que não tem vida social, uma pessoa que só se preocupa com o trabalho e não têm outros interesses na vida. E isso não é verdade”, afirma.
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