A brutal perda de audiência das novelas
Nos dias de hoje, se uma novela passa da casa dos 30 pontos, o feito chega a ser comemorado (…). Imagine uma trama que foi vista em 100% dos televisores ligados.
No dia 4 de outubro de 1972, o capítulo 152 da primeira versão de Selva de Pedra, um dos maiores sucessos da história da teledramaturgia brasileira, alcançou a invejável marca: todos os aparelhos do Rio de Janeiro assistiam à TV Globo.
Na trama de Janete Clair, após uma série de ações capitaneadas pelos vilões Fernanda (Dina Sfat) e Miro (Carlos Vereza), o protagonista Cristiano Vilhena (Francisco Cuoco) desmascarou, na polícia, seu grande amor (e mocinha da história), Simone Marques (Regina Duarte), que vivia como a artista plástica Rosana desde que sofreu um acidente, simulando a própria morte. O Brasil parou para assistir ao capítulo.
Naquela época, a medição de audiência pelo Ibope era da seguinte forma: o pesquisador batia de porta em porta e perguntava o que estava sendo assistido. No Rio de Janeiro, de cada cem casas, 77 casas viram o capítulo 152 de Selva de Pedra; as outras 23 estavam com o televisor desligado. Ou seja, a novela foi sintonizada por 100% dos televisores ligados. Todas as outras emissoras deram traço absoluto.