A esposa que cuida do marido, um PM fuzilado na cabeça em um helicóptero

O piloto policial Felipe Marques Monteiro, de 45 anos, luta para se recuperar após ser baleado na cabeça durante uma operação na favela Vila Aliança, no Rio de Janeiro, em 20 de março. A aeronave do Serviço Aeropolicial (Core) em que ele copilotava foi atingida por tiros de fuzil, e um projétil acertou o lado direito de sua testa. Os médicos constataram que ele perdeu aproximadamente 40% da massa encefálica.
Sua esposa, Keidna Marques, de 43 anos, recebeu a notícia enquanto estava no trabalho. “Era o piloto do helicóptero, que estava com o Felipe. Quando ele se identificou, já imaginei que algo de ruim havia acontecido. Então o rapaz disse: ‘O Felipe tomou um tiro. Nós estamos no hospital'”, relatou Keidna ao Uol. “Ali, perdi as pernas. Entrei em estado de choque. Tenho amnésia desse dia, só lembro flashes”, acrescentou.
A trajetória da bala, que bateu na janela antes de atingir o policial, foi crucial para que o ferimento não fosse fatal. No entanto, vinte dias após a internação, Felipe sofreu um pseudoaneurisma que o deixou sem os movimentos do braço e da perna esquerdos. Ele já passou por três cirurgias, incluindo a implantação de uma prótese craniana. Os médicos destacam que a neuroplasticidade do cérebro é uma esperança para sua recuperação.
Keidna, que foi afastada do trabalho para dedicar-se integralmente ao marido, acredita que o condicionamento físico de Felipe foi decisivo. “Felipe teve infecções gravíssimas que poderiam tê-lo levado à morte. Por sorte, ele estava em sua melhor forma física. Se fosse uma pessoa mais fraca, provavelmente não teria resistido”, afirmou. O policial recebe apoio do Estado e tem suas despesas médicas cobertas por um plano de saúde.
